Com a proximidade da chegada do inverno e as baixas temperaturas registradas em Belo Horizonte nos últimos dias, é necessário cuidado redobrado com os pets. Os tutores de cães e gatos também devem estar atentos as medidas preventivas, já que os animais ficam mais vulneráveis a doenças respiratórias, algumas das quais podem levar à morte se não tratadas adequadamente.
Segundo a médica veterinária Diannine Quadra, as alterações respiratórias, como gripe, bronquiolite, bronquite e pneumonia, estão entre os primeiros problemas que podem afetar os animais durante o frio. “Para prevenir o desenvolvimento dessas doenças, é fundamental que o pet receba não apenas as vacinas múltiplas, mas também o imunizante contra a gripe, que ajuda a proteger contra os sintomas mais graves. Assim, caso o animal apresente um quadro gripal, a manifestação da doença tende a ser mais branda”, explicou ao BHAZ.
A vacinação se torna ainda mais importante quando o animal é filhote, fase em que está mais suscetível a doenças graves como a cinomose, que começa com sintomas respiratórios e pode evoluir para alterações neurológicas. “O pet pode apresentar coriza, secreção ocular, conjuntivite, e, com o tempo, a doença atinge o sistema gastrointestinal e depois o neurológico. Nessa fase, o animal pode até perder os movimentos”, alerta a veterinária.
Uso de cobertores e roupinhas
Além da vacinação, usar roupinhas, mantas e caminhas é uma forma eficaz de proteger os pets do vento e das temperaturas mais baixas, principalmente à noite. Diannine recomenda roupas que cubram o tórax dos cães na hora de dormir, com atenção especial aos animais de pelagem longa. “Nesses casos, é preciso escovar o pelo no dia seguinte para evitar a formação de embolos, que podem causar dermatite”, orienta.
Caso o tutor não possa ou não queira investir em roupinhas para o pet, uma alternativa é reaproveitar camisetas antigas e confeccionar peças em casa. Na internet, é possível encontrar diversos tutoriais que ensinam como transformar blusas e calças de malha em roupas confortáveis para os animais.
A médica veterinária ressalta que, no caso dos gatos, o uso de roupinhas pode não ser tão eficaz, já que os felinos costumam não se adaptar bem e, em alguns casos, podem até ficar paralisados ou estressados. “O gato é um animal mais ligado ao ambiente. O ideal é manter a casa fechada e, se possível, usar um aquecedor de forma segura e distante, para evitar acidentes. Um ponto positivo é que, ao contrário dos cães, os felinos gostam de se cobrir. Naturalmente, eles buscam lugares quentinhos para se abrigar”, explicou.
Na hora do banho, principalmente em cachorros, o cuidado deve ser redobrado. É essencial secar bem o pet para evitar que ele durma com o pelo molhado. Uma dica prática é usar uma garrafa PET com água quente, envolta em uma manta, e colocá-la próxima à caminha. “Além disso, é importantíssimo que o animal tome sol no período da manhã, especialmente entre 10h e 11h”, orienta a veterinária.
Mesmo adotando medidas preventivas, o tutor deve permanecer atento caso surjam sintomas de gripe ou se eles evoluíres. “Quanto antes levar o animal ao veterinário, melhor. O profissional fará uma avaliação completa para identificar a doença e indicar o tratamento adequado”, alerta.
Creche e hotel para cachorros fazem adaptações
Além das orientações clínicas, estabelecimentos voltados ao bem-estar animal fazem adaptações para o período de frio. A creche e hotel para cães Bauer‘s Dog, localizada no bairro Castelo, na região da Pampulha, adota diversas medidas de bem-estar para os animais, conforme a estação do ano. Com mais de 30 cães atendidos diariamente, a proprietária do espaço, Gislene Figueiredo, afirma que está sempre atenta às condições climáticas para propor atividades adequadas e garantir um ambiente confortável e seguro para os pets.
Durante o frio, brincadeiras ao sol, enriquecimento ambiental e roupinhas na hora do descanso são algumas das alternativas adotadas para driblar as baixas temperaturas. “Promovemos diversas atividades aproveitando o sol matinal e, após o almoço, os cães têm um momento de descanso. Sempre orientamos os tutores a enviarem roupinhas ou camisetas velhas, já que alguns animais não gostam de ficar cobertos com mantas. Caso esqueçam, temos vestimentas sobrando. Alguns pets, no entanto, preferem deitar na cama elástica e descansar no sol”, contou ao BHAZ.
Nos fins de semana, quando os animais ficam hospedados no hotelzinho, Gislene explica que forra todo o chão da sala, organiza as caminhas e distribui cobertores para garantir o conforto dos pets. “Também ligamos o aquecedor de ambiente, mas não deixamos funcionando o tempo todo para evitar que eles sintam calor. Assim, eles dormem tranquilos e aquecidos”, afirma.
Além de exigir que a vacinação dos pets esteja em dia, o espaço também envia orientações aos tutores, como a recomendação de trazer a caminha de casa para os animais que preferem dormir na própria, e trazer as roupinhas. “Pedimos que o tutor deixe uma roupa dele aqui também porque o animal fica até mais confortável sentindo o cheiro dele”, reflete.
Confira as principais medidas de prevenção:
- Manter a vacinação do animal sempre em dia;
- Utilizar roupinhas que cubram a região do tórax do cachorro;
- Nos cães de pelagem longa, escovar o pelo regularmente para evitar a formação de nós;
- Manter o ambiente fechado e, quando possível, usar aquecedor de forma segura;
- Disponibilizar mantas e cobertas para cobrir a caminha do cachorro ou do gato;
- Colocar uma garrafa PET com água quente, envolvida em uma manta, próxima à caminha do pet;
- Levar o cachorro para passear e tomar sol, especialmente entre 10h e 11h.
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