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Funcionária da prefeitura de BH denuncia chefe por estupro em parque municipal

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Mulher denuncia que abuso ocorreu em parque, no horário de trabalho dela (Amanda Dias/BHAZ)

Uma funcionária de 41 anos denuncia ter sido estuprada por um gerente regional da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). A mulher alega que foi obrigada a manter relações sexuais com o chefe no banheiro de um parque municipal da capital.

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De acordo com o boletim de ocorrência, o crime ocorreu no dia 15 de janeiro deste ano, quando o homem teria mandado que todos os funcionários se retirassem do parque, permanecendo apenas a vítima no local. O gerente disse que demitiria a vítima caso ela recusasse as investidas dele.

O suspeito procurou a polícia para registrar queixa de calúnia contra a mulher. Ele relata que está sendo acusado injustamente, e que teme por sua integridade física e retaliações profissionais. A vítima foi ouvida pela corregedoria da PBH na última segunda-feira (5) e solicitou medida protetiva.

Aos policiais, a funcionária disse ainda que no dia 17 de janeiro o gerente foi até o parque com a intenção de cometer outros abusos, mas que ela não estava no local. Nesse mesmo dia, a vítima denunciou o chefe na corregedoria da prefeitura.

Ameaças e retaliação

Segundo a funcionária, após as denúncias o gerente passou a persegui-la, mandando que ela fizesse serviços de limpeza fora do parque com jornadas exaustivas. Ela denunciou também que ficou por mais de 8h sem poder usar o banheiro. A mulher alega que, por causa do trabalho forçado, precisou ser internada no hospital com lombalgia e teve infecção urinária.

Conforme o registro policial, no dia 9 de maio o gerente teria ordenado que a vítima fosse transferida do local de trabalho. “A vítima relata que no mês passado recebeu ameaça do autor por ligação telefônica, na qual o autor ameaçou atropelar a vítima”, diz trecho do documento.

A mulher relatou que tem o costume de ir de bicicleta para o trabalho, mas que foi alertada por um colega para que evitasse o transporte, “porque o autor ameaçou que onde a vítima estiver, vai passar com o carro por cima”.

O que diz a PBH

Em nota, a Prefeitura de Belo Horizonte informou que a funcionária é terceirizada e foi ouvida pela corregedoria sobre denúncia de abuso sexual.

“Por se tratar de um crime previsto no Código Penal, imediatamente ela foi orientada pela Corregedoria a registrar um boletim de ocorrência (BO) na polícia – uma vez que, até o momento, ela não havia feito o registro. A funcionária foi orientada ainda a encaminhar uma cópia do BO à Corregedoria”, completa o texto.

Foi aberto um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) para apurar o caso. O órgão disse que até ao final das apurações o servidor acusado do abuso será exonerado do cargo.

Nota da PBH na íntegra

A Prefeitura de Belo Horizonte informa que, nesta segunda-feira (5), uma funcionária terceirizada foi ouvida pela Corregedoria sobre denúncia de suposto abuso sexual que teria ocorrido em fevereiro deste ano.

Por se tratar de um crime previsto no Código Penal, imediatamente ela foi orientada pela Corregedoria a registrar um boletim de ocorrência (BO) na polícia – uma vez que, até o momento, ela não havia feito o registro.

A funcionária foi orientada ainda a encaminhar uma cópia do BO à Corregedoria.

Foi aberto um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) para apurar o caso, e até o final das apurações, o servidor acusado do abuso será exonerado do cargo, cuja publicação sairá nesta quinta-feira (8) no Diário Oficial do Município.

A PBH ressalta que está à disposição da polícia para prestar todos os esclarecimentos necessários.

Isabella Guasti

Jornalista graduada pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022 e também de reportagem premiada pelo Sebrae Minas em 2023.
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