Gato de raça é confundido com onça, mobiliza bombeiros e é solto em mata de Nova Lima

gato de bengala
Massinha, como é chamada pelo tutor, é uma gata filhote, de sete meses e foi capturada por engano pelos bombeiros (Arquivo pessoal)

Um médico veterinário do bairro Vila da Serra, em Nova Lima, está em busca de um gato da raça Bengal, ou gato-de-bengala, que foi solto em uma mata da cidade após moradores o confundirem com uma onça. Ao BHAZ, Rodrigo Calil conta que tudo aconteceu antes mesmo de ele acordar.

“O que aconteceu foi surreal. Acordei hoje 7h e notei que minha gata, da raça Bengal, não estava aqui. Nesse período entre eu levantar e ver que ela tinha sumido, entrei no grupo do condomínio e vi que as pessoas estavam desesperadas achando se tratar de uma onça”, relatou ele.

Ao ver as mensagens no WhatsApp, Rodrigo soube que o porteiro do condomínio já havia acionado o Corpo de Bombeiros. Uma equipe esteve no local, encontrou o felino na escada de serviço e o soltou em uma mata próxima.

Gato é vendido a R$ 7 mil

Massinha, como é chamada pelo tutor, é uma gata filhote, de sete meses. O gato-de-bengala é uma raça híbrida, ou seja, é um meio-termo entre uma raça selvagem e uma raça doméstica. O animal é conhecido por ser um dos felinos mais caros do mundo, cujo valor pode chegar a R$ 7 mil.

“É surreal, é uma sequência de erros uma atrás da outra. Um despreparo de um condomínio grande, um despreparo de uma equipe do Corpo de Bombeiros, que supôs que era um animal silvestre e o soltou na mata do Belvedere, que é um local residencial”, desabafou o veterinário.

O que dizem os bombeiros?

Ao BHAZ, o Corpo de Bombeiros informou que “a atuação do CBMMG se deu em conformidade com todos os protocolos operacionais vigentes e ainda de acordo com as informações averiguadas no local e trazidas pelas testemunhas”.

A corporação recebeu a denúncia de que o animal estaria vagando pelo condomínio a aproximadamente dois dias. No local, após constatarem que não se tratava de uma onça, a equipe buscou informações com vigilantes para saber se havia relatos de algum animal perdido.

“Eles relataram que o referido animal não era de nenhum morador do local. Após capturado em segurança e ileso, uma vez que não apresentava ferimentos e estava aparentemente saudável, e por apresentar características de animal doméstico foi solto em local mais afastado fora do condomínio em uma área de mata, conforme o protocolo padrão”, disse a corporação, em nota (leia na íntegra abaixo).

Nota dos bombeiros na íntegra

Na madrugada de hoje (10/01/23), fomos acionados para captura de um filhote de onça. Segundo informações dos solicitantes, o animal estava a cerca de 2 dias, próximo a um playground na área do condomínio, muito agressivo e acuado.

A guarnição de bombeiros esteve no local com intuito de eliminar o risco aos moradores que se sentiram ameaçados de um possível ataque do felino. Chegando no local a guarnição  identificou que não se tratava de uma onça, mas de um gato (aparentemente gato-do-mato).

Após análise da situação, os militares utilizaram técnicas e equipamentos adequados, que possibilitaram a captura segura do animal. Durante seu o manejo, não foi verificada nenhuma identificação do tutor visível por coleira ou outro dispositivo. 

Por não se tratar de onça, os militares buscaram informações com os vigilantes do condomínio, se haviam recebido alguma denúncia de animal perdido. Eles relataram que o referido animal não era de nenhum morador do local. 

Após capturado em segurança e ileso, uma vez que não apresentava ferimentos e estava aparentemente saudável, e por apresentar características de animal doméstico foi solto em local mais afastado fora do condomínio em uma área de mata, conforme o protocolo padrão.

Após o término da ocorrência, uma pessoa alegando ser o tutor do animal, fez contato via COBOM (193), para saber o paradeiro do animal que havia fugido de casa segundo o mesmo.

A guarnição acolheu o pedido e retornou ao local para tentar ajudar o tutor a localizar seu animal, não obtendo êxito. Destacamos que a atuação do CBMMG se deu em conformidade com todos os protocolos operacionais vigentes e ainda de acordo com as informações averiguadas no local e trazidas pelas testemunhas.

Edição: Roberth Costa
Larissa Reis[email protected]

Graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Vencedora do 13° Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, idealizado pelo Instituto Vladimir Herzog. Também participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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