Agentes da Guarda Civil Municipal estão passando por uma capacitação na Faculdade de Medicina da UFMG, a partir dessa quinta-feira (5). O objetivo é preparar 30 guardas para lidar com violências doméstica e sexual, além de mediar de conflitos.
De acordo com a diretora de Prevenção Social ao Crime e à Violência da SMSP, Márcia Alves, o treinamento foi construído para capacitar os agentes da Guarda Municipal que atuam no Grupamento de Patrulha Escolar e para as guardas femininas da Campanha de Combate à Importunação Sexual no Transporte Coletivo, sendo extensivo aos demais envolvidos com a prevenção e combate à violência contra a mulher.
Ela antecipa que serão discutidos temas como as raízes culturais, históricas e sociais da violência contra a mulher; a mediação de conflitos e prevenção à violência; leis como a Maria da Penha, do feminicídio, entre outras que tratam da questão da violência contra a mulher no Brasil. “A metodologia a ser adotada será a da exposição dialogada, por meio de rodas de conversa e da problematização prática da teoria. E inclui um seminário sobre mediação de conflitos com profissionais e professores convidados”, conclui.
A iniciativa é uma parceria com o “Projeto para Elas, por Elas, por Eles, por Nós”, do Programa de pós-graduação em Promoção da Saúde e Prevenção da Violência, da Faculdade de Medicina da UFMG.
Diferentes faces da violência
A Secretaria Municipal de Segurança e Prevenção (SMSP), que promove o curso, informa que a capacitação abordará as múltiplas faces da violência contra a mulher. As aulas serão ministradas a partir de dados deste tipo de violência, apresentando bases teóricas explicativas da violência em geral e da violência contra a mulher, com proposições de enfrentamento.
O especialista em segurança pública Robson Sávio explica ao BHAZ que a importância desse curso está na possibilidade de prevenir e combater mais uma forma de violência. “Isso é uma ação de prevenção da violência, é fundamental para um guarda ser qualificado para trabalhar com violências que se manifestam de formas diferentes. Violência doméstica, sexual, contra a criança, etc.”, exemplifica.
Robson acrescenta que as diferenças nos tipos da violência vai muito além da legislação. “Tudo tem uma forma específica de abordagem. As violências de manifestam em públicos diferentes, tem abordagens e encaminhamentos específicos, até mesmo as redes de apoio e de assistência são diferenciadas”, explica.
Com PBH