Uma operação que mirava empresários do ramo de metais e sucatas foi realizada em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, e no Sul de Minas, nesta quarta-feira (26). Quatro pessoas foram presas, sendo um deles o suspeito de liderar toda a organização criminosa. A Operação Sinergia desarticulou um esquema de fraude bilionária.
A prática do crime envolvia empresas de Minas, São Paulo e Tocantins. O delegado Vítor Abdala informou que o inquérito foi instaurado no começo de fevereiro de 2021, após a apreensão de cerca de 80 toneladas de cobre. Cinco mandados de prisão foram obtidos e quatro suspeitos presos.
“O principal suspeito está preso preventivamente. Tem um laranja proprietário da empresa de Tocantins que está foragido. Só que sabemos que esta empresa não é dele. A polícia está à procura”, informou durante entrevista coletiva sobre a operação.
Prejuízo aos cofres
De acordo com as investigações, os representantes de uma empresa com sede em Contagem seriam responsáveis por executar um esquema de sonegação de ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias) que causou mais de R$ 150 milhões de prejuízo aos cofres públicos.
“A empresa de Palmas emitiu R$ 1,3 bilhão em notas fiscais falsas e foram aproveitadas por empresas em Minas e outras unidades federais. Isso vai ser apurado em documentos e mídias apreendidas. Isso deve gerar, aproximadamente, R$ 200 milhões recuperados para o estado”, disse Antônio de Castro, Superintendente Regional da Fazenda de Contagem.
Vinte e nove mandados de busca e apreensão foram cumpridos na operação. Confira as cidades de Minas Gerais, Tocantins e São Paulo:
- Belo Horizonte (MG)
- Andradas (MG)
- Contagem (MG)
- Guaxupé (MG)
- Pará de Minas (MG)
- Pequi (MG)
- Palmas (TO)
- Porto Nacional (TO)
- Jundiaí (SP)
- Limeira (SP)
- Mogi Mirim (SP)
O sequestro de bens foi solicitado para que os danos causados ao erário público possa ser reparado. “Representamos ao poder Judiciário uma cautela de sequestro de bens: mais de 80 veículos e uma aeronave adquiridas pela organização criminosa”.
“Durante as buscas conseguimos localizar e apreender mais de R$ 1 milhão em espécie. Isso demonstra a quantidade de volume que a organização movimentava e lesava o erário mineiro e de outros entes federativos”, concluiu o delegado.
A Operação Sinergia foi realizada pela Polícia Civil, Receita Federal e MPMG (Ministério Público de Minas Gerais). Os investigados podem responder pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica.