No Hospital das Clínicas da UFMG, homem também já pode fazer o pré-natal

Ebserh/Divulgação
HC é a primeira instituição de BH a oferecer o pré-natal masculino

Engana-se quem pensa que somente as mulheres é quem devem fazer o pré-natal. No Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (HC-UFMG), o homem que é marido ou companheiro da gestante, também tem direito ao benefício. O pré-natal masculino é inspirado na estratégia do Ministério da Saúde de estimular a população masculina a realizar um conjunto de exames preventivos durante a gravidez da parceira. Várias doenças, se detectadas precocemente no pai ou na mãe, podem trazer benefícios e ajudar na promoção da saúde do bebê a curto e a longo prazo, por isso a importância de também inserir o homem no pré-natal.

Exames de sangue, tais como glicemia e colesterol, sorologias diversas e avaliação de peso, dentre outros, agora são realizados nos companheiros paralelamente ao atendimento da mulher grávida no Ambulatório de Obstetrícia do HC-UFMG. Eles também são orientados em relação a aspectos gerais da gravidez e do cuidado com o recém-nascido, deixando de ser apenas acompanhantes para se tornar participantes e protagonistas de todos os momentos da gestação.

“O objetivo é atender o típico homem brasileiro: aquele que é saudável e não tem tempo para ir ao Centro de Saúde. Queremos utilizar o momento em que ele se organiza para acompanhar a esposa ou namorada e melhorar a sua saúde”, afirmou a coordenadora do Ambulatório de Obstetrícia do HC-UFMG e professora da Faculdade de Medicina da UFMG, Regina Amélia Aguiar, que é quem está à frente do projeto.  Em Belo Horizonte, o HC é o primeiro hospital a oferecer o serviço.

Regina Amélia explica que se detectada alguma doença durante o pré-natal masculino, o paciente será encaminhado para a Atenção Básica. “A atenção primária é o principal regulador da saúde. Por isso mesmo, nosso objetivo não é tirá-lo da Atenção Básica, mas sim ajudar na prevenção e promoção da saúde desse homem que tem dificuldade de ir ao posto de saúde no dia a dia”, revelou.

Um homem com sífilis, por exemplo, pode não saber que tem a doença e transmiti-la à gestante durante as relações sexuais desprotegidas. A mãe pode passar para o filho durante a gestação ou o parto, o que pode levar a consequências graves, como aborto espontâneo, parto prematuro, má formação do feto, surdez, cegueira, dentre outros.

Embora o Pré-Natal do Parceiro seja da Atenção Primária e tenha sido normatizado pelo Ministério da Saúde em 2011, ele ainda não é realizado em Belo Horizonte. O HC-UFMG, que atende pacientes nos níveis secundário e terciário do Sistema Único de Saúde, se inspirou nele para criar o seu próprio pré-natal do homem, que atende parceiros de gestantes de alto risco e risco habitual. “Queremos conscientizar os homens da importância dele na gestação e do quanto ele pode melhorar o resultado da gravidez. Além disso, é a oportunidade de dar visibilidade a uma proposta tão bacana e fundamental para a saúde pública”, garantiu a médica.

Equipe

A equipe do Ambulatório de Obstetrícia do Hospital das Clínicas da UFMG, que atende gestantes de alto risco e risco habitual, é comporta por 18 médicos, dentre eles docentes, duas enfermeiras obstétricas e residentes das duas especialidades. Ele funciona de segunda a sexta-feira, nos turnos manhã e tarde. Para participar do pré-natal do homem não é preciso agendamento. Basta que a companheira seja paciente do Hospital das Clínicas e esteja realizando pré-natal na instituição.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Marcelo

Marcelo Freitas é redador-chefe do Bhaz

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