Idosa de 97 anos com perda de memória canta hino do Galo em hospital de BH

Dona Hilda morreu aos 97 anos (Arquivo Pessoal)

Que o futebol desperta paixão mundo afora muita gente sabe. Dizem as boas línguas, no entanto, que os brasileiros são os mais apaixonados pelo esporte. Em Minas, Atlético e Cruzeiro costumam ser os mais lembrados quando o assunto é o gosto popular. Há quem discorde e diga que um ou o outro é mais querido e admirado. No entanto, para uma idosa natural da cidade de Lassance, no Norte do estado, parece nunca ter existido dúvidas. Ela morreu aos 97 anos, na última quarta (26), mas nem mesmo a perda de memória a fez esquecer do amor pelo Galo.

Dona Hilda Soares ficou internada por cerca de um mês no Ipsemg, na região Centro-Sul da capital, depois de sofrer um infarto. Ela chegou à unidade de saúde no começo deste mês e teve algumas complicações, entre elas pneumonia. A perda de memória, devido à idade avançada, ficou cada vez mais constante. O hino do Galo, por sua vez, não saiu da cabeça da idosa. Ela aparece em um vídeo gravado no hospital, no último dia 13, cantando parte da letra da música.

As imagens foram gravadas por um dos netos de dona Hilda, que foi visitá-la junto com o irmão. Christiano Soares, de 33 anos, percebeu que a avó vez ou outra pronunciava o nome do time do coração, mesmo acamada, e resolveu registrar um desses momentos. Cruzeirense, ele e a avó eram bastante próximos e costumavam se provocar quando o assunto era a rivalidade entre os times adversários. O irmão mais novo, Mathaus Soares, de 30, conta que as brincadeiras eram saudáveis, carinhosas, e diz ter certeza que o mais velho era o favorito da avó. Ele falou ao Bhaz nesta sexta-feira (28) sobre a paixão de dona Hilda pelo Galo e como tudo começou.

Mathaus conta que desde muito novo sempre viu a avó torcer pelo Galo. “Ela sempre gostou muito do Atlético e falava pra gente que a primeira palavra que aprendeu, quando ainda era criança, foi ‘Galo’. Ganhando ou perdendo, ela dizia que o que importava era torcer”, disse. O neto explica ainda que a senhora nunca se deixou influenciar por outras pessoas. “O marido dela era torcedor do América e ela não se deixou influenciar em nenhum momento”, explica. “Foi uma surpresa pra gente vê-la cantando o hino mesmo tão debilitada, com perda de memória”, afirma.

“Eu e meu irmão fomos visitá-la para dar uma animada, já que não estava comendo. Ficamos triste com a partida dela por estarmos sempre presentes e pela boa convivência. Ela ia completar 98 anos no dia 4 de outubro. Está muito recente e ainda não assimilamos muito bem, mas acreditamos que mostrar a paixão dela pelo Galo seja uma forma de homenageá-la”, finaliza.

Roberth Costa[email protected]

De estagiário a redator, produtor, repórter e, desde 2021, coordenador da equipe de redação do BHAZ. Participou do processo de criação do portal em 2012; são 11 anos de aprendizado contínuo. Formado em Publicidade e Propaganda e aventureiro do ‘DDJ’ (Data Driven Journalism). Junto da equipe acumula 10 premiações por reportagens com o ‘DNA’ do BHAZ.

SIGA O BHAZ NO INSTAGRAM!

O BHAZ está com uma conta nova no Instagram.

Vem seguir a gente e saber tudo o que rola em BH!