Belo Horizonte fechou 2024 com a segunda maior inflação acumulada entre as capitais brasileiras, segundo dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgados pelo IBGE. A inflação da cidade mineira foi de 5,96%, superando a média nacional de 4,83% e ficando atrás apenas de São Luís, no Maranhão, que liderou o ranking com 6,51%.
O resultado foi impulsionado, principalmente, pelos aumentos de preços nos combustíveis (14,5%) e na energia elétrica residencial (6,2%), ambos muito acima da média nacional. Além disso, 16 dos 20 maiores aumentos no acumulado do ano foram registrados no grupo de alimentação e bebidas, setor que pesou diretamente no bolso das famílias em 2024.
Em dezembro, o IPCA de Belo Horizonte subiu 0,25%, registrando a menor variação mensal entre as 16 áreas pesquisadas pelo IBGE. Nacionalmente, a alta foi de 0,52%. Entre os itens que mais impactaram o índice no mês na Região Metropolitana de BH estão a banana prata e os lanches. Já o grupo vestuário apresentou o maior aumento percentual no período.
Inflação em 2025
Para Heliezer Jacob, economista do C6 Bank, o cenário econômico em 2025 deve permanecer desafiador. Segundo ele, o mercado de trabalho aquecido e a perspectiva de câmbio depreciado pressionarão ainda mais a inflação nacional.
O banco projeta que o IPCA brasileiro encerrará 2025 em 5,7%, acima do limite superior da meta estipulada, repetindo o estouro da meta de 2024.
Para o C6 Bank, os dados de hoje reforçam a visão de que o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) deve manter o ritmo de alta dos juros já sinalizado pela autoridade monetária para tentar controlar a inflação do país.
“Esperamos um aumento de 1 ponto percentual na Selic no final do mês e novos ajustes nas reuniões seguintes, com a Selic chegando a 15% em junho”, afirma Jacob.
