Uma jovem de 21 anos afirma ter sofrido um abuso sexual na festa de fim de ano da Minas Arena, empresa responsável pela administração do Mineirão. De acordo com a vítima, Karina Rezende, o abuso ocorreu dentro de uma cabine de fotos durante a comemoração dentro do estádio. Ela conta ainda que o autor do abuso é um funcionário da Minas Arena.
Segundo o relato, o caso aconteceu em dezembro do ano passado. A vítima era ex-estagiária do Museu do Futebol, instalado no Mineirão, e foi convidada para a festa de fim de ano do local, realizada no dia 19 de dezembro.
“Tudo estava correndo normalmente e havia uma cabine de fotos em uma das arquibancadas da arena. Durante a festa, um dos funcionários pediu que eu assinasse seu álbum de figurinhas e, depois, me chamou para tirar uma foto na cabine. Na segunda foto, ele agarrou meu pescoço e tentou forçar um beijo”, conta Karina ao BHAZ.
Ela relata ainda que saiu do local e pediu por ajuda. “Eu contei o que havia ocorrido para minha coordenadora de estágio e fui embora da festa. Eles disseram que tomariam as medidas cabíveis e me dariam o retorno”, explica.
Contudo, o retorno não foi dado, e a jovem procurou uma delegacia uma semana após o ocorrido. Aos policiais, ela relatou que não mantinha contato com o funcionário que tentou beijá-la, apenas o cumprimentava às vezes.
Um mês após o fato, a Minas Arena ainda não havia dado o retorno sobre o caso esperado pela vítima. Foi quando, então, ela decidiu expor o caso. Karina fez uma publicação contando o ocorrido em sua rede social.
“Na última quinta-feira eu mandei uma mensagem cobrando um posicionamento da Minas Arena, pois não podemos aceitar que um caso como esse passe batido. O assediador continua trabalhando na empresa e isso é um absurdo. Na sexta-feira, me ligaram dizendo que eu poderia ficar tranquila pois algumas medidas seriam tomadas e que toda a equipe passaria por um treinamento de integridade”, conta Karine.
Ela solicitou a foto que teria registrado o momento do abuso para a empresa responsável pela cabine. Entretanto, a resposta foi de que a Minas Arena teria a imagem. Porém, ao questionar a concessionária do Mineirão sobre quais seriam as medidas tomadas, ela não obteve retorno. Tampouco acerca da foto que registrou o momento do abuso.
“Me disseram que eu deveria tomar cuidado com as acusações de abuso, pois não há nenhuma apuração judicial em andamento. Além disso, informaram que só vão entregar a imagem no caso de um pedido judicial, para contribuir com as investigações. Eles estão tratando o ocorrido como um processo administrativo interno. Só que eu, como mulher, vítima e sociedade, quero uma resposta da Minas Arena”, afirma Karina.
Minas Arena
Em nota divulgada (confira na íntegra abaixo) no domingo (20), a Minas Arena informou que repudia qualquer tipo de assédio e, desde que o caso foi comunicado à gestão da empresa, o assunto foi conduzido por meio de comitê interno e assessoria técnica especializada no assunto, para resguardar os envolvidos, dentro dos limites éticos e legais.
“Em função do post público da Karina, a concessionária informa que ela foi convidada para a festa de confraternização mesmo não sendo mais colaboradora da empresa. Ainda assim, após apuração interna rigorosa e sigilosa para esclarecer os fatos, foram tomadas as medidas que competem a uma empresa realizar e que, por observância à legislação brasileira, não podem ser divulgadas em função do sigilo que deve existir na relação empregado-empregador”, afirma a empresa.
A empresa ressalta ainda que informou isso à vítima na última sexta-feira. “Para aprimorar ainda mais a consciência de seu público interno, o estádio está desenvolvendo treinamentos para seus funcionários e parceiros identificarem casos de abusos e assédios e entenderem a gravidade e as possíveis consequências desses atos. Um treinamento geral acontecerá na última semana de janeiro”, diz a Minas Arena.
Nota do Mineirão
O Mineirão repudia qualquer tipo de assédio e, desde que o caso foi comunicado à gestão da empresa, o assunto foi conduzido por meio de comitê interno e assessoria técnica especializada no assunto, para resguardar os envolvidos, dentro dos limites éticos e legais.
Em função do post público da Karina, a concessionária informa que ela foi convidada para a festa de confraternização mesmo não sendo mais colaboradora da empresa. Ainda assim, após apuração interna rigorosa e sigilosa para esclarecer os fatos, foram tomadas as medidas que competem a uma empresa realizar e que, por observância à legislação brasileira, não podem ser divulgadas em função do sigilo que deve existir na relação empregado-empregador.
Este retorno foi dado a Karina na última sexta-feira e, para aprimorar ainda mais a consciência de seu público interno, o estádio está desenvolvendo treinamentos para seus funcionários e parceiros identificarem casos de abusos e assédios e entenderem a gravidade e as possíveis consequências desses atos. Um treinamento geral acontecerá na última semana de janeiro.
O Mineirão reforça que está à disposição das autoridades competentes para fornecer as informações que se façam necessárias para o esclarecimento do ocorrido. Combater o assédio ou qualquer outra atitude que possa comprometer a integridade de alguém é um compromisso assumido publicamente pelo Mineirão desde 2017, por meio de campanhas internas e externas, bem como com a Rede Brasil do Pacto Global, protocolado na ONU. A empresa considera extremamente importante que esse tema seja amplamente discutido, principalmente no meio do futebol, como forma de conscientização e prevenção.