Jovem denuncia agressão do companheiro, membro da Máfia Azul: ‘Fui maltratada de todas as formas’

11/06/2025 às 18h40 - Atualizado em 11/06/2025 às 18h42
(Arquivo pessoal)

Uma jovem de 22 anos, moradora de Sabará, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, usou as redes sociais para denunciar anos de agressões sofridas por parte do companheiro, de 39. Ao BHAZ, a mulher, que prefere não se identificar, relatou que a violência era constante desde o início do relacionamento, que começou quando ela tinha apenas 13 anos e ele, 30.

Em texto publicado na internet, a mulher deu detalhes sobre o último episódio de agressão, ocorrido no último domingo (8). Segundo a vítima, o homem a agrediu com socos, chutes e pauladas. Imagens feitas pela mulher mostram o rosto ensanguentado e escoriações pelo corpo.

Ainda conforme a jovem, o homem faz parte da torcida organizada Máfia Azul e tem histórico de envolvimento em brigas e outros casos de violência.

Ela conta que a discussão começou depois que cobrou que o companheiro devolvesse o valor que ele teria usado no cartão de crédito dela. “Ele começou a beber e estava sob efeito de drogas. Primeiro ele começou a me agredir com palavras e depois começou a me bater. Ele pegou meu telefone e não deixava eu entrar em contato com minha família, não deixava eu entrar em contato com ninguém”, relembra.

“Foi uma dificuldade para eu conseguir pedir ajuda, falar com a minha mãe e ela chamar a polícia para mim”, continua. A vítima conta que Polícia Militar foi até o local, mas o agressor fugiu. No dia seguinte, com o boletim de ocorrência em mãos, a mulher procurou uma delegacia para fazer um pedido de medida protetiva.

Em nota, a Polícia Civil de Minas Gerais confirmou que “fez o requerimento de medida protetiva para a vítima e a investigação para apurar crimes de violência doméstica encontra-se em andamento na Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher em Sabará”.

Relacionamento abusivo

Durante o relato, a mulher lembra que o ciclo de abusos começou cedo, quando ela tinha 13 anos e começou a se envolver com o homem, que na época tinha 30. “Ele foi o primeiro homem da minha vida e eu ainda era uma menina. Ele foi me manipulando, ele sabia exatamente o que dizer. Na época, eu não tinha maturidade nenhuma, eu achava que ele me amava”, diz.

Ela comenta que as agressões físicas e psicológicas eram frequentes, mas que não entendia a gravidade da violência. Segundo a vítima, era comum que o companheiro melhorasse o comportamento por um período de tempo, antes de voltar com as atitudes agressivas: “Fui maltratada de todas as formas, no começo é na agressão física, aí depois vieram as palavras. Ele me humilhava muito e eu não tinha força, tanto que estou fazendo até tratamento psicológico”.

“Vendo isso hoje, eu vejo que ele se aproveitou da minha vulnerabilidade, da minha confusão. Mas agora eu sei que eu vou ficar bem. Eu acordei para a vida”, completa.

O BHAZ entrou em contato com a Máfia Azul e aguarda retorno.

Violência contra a mulher: como denunciar

O primeiro registro de ocorrência relacionado à violência contra a mulher pode ser feito:

  • Na Delegacia de Plantão Especializada em Atendimento à Mulher ou em qualquer Delegacia de Polícia Civil. Pelo link, basta ir em “buscar por nome” e digitar o termo “mulher”.
  • Pela Delegacia Virtual.
  • Em qualquer unidade da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG).
  • As denúncias também podem ser feitas pelo Disque 181 ou pelo Ligue 180, inclusive de forma anônima (ler mais abaixo). Os fatos narrados nestes contatos são encaminhados à Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), que irá apurar a denúncia e tomar as providências necessárias. Não é um registro de ocorrência, mas é uma alternativa caso o denunciante seja um vizinho, amigo ou parente de uma vítima que talvez não possa ir até uma delegacia ou se sinta ameaçada para denunciar.

Isabella Guasti

Jornalista graduada pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022 e também de reportagem premiada pelo Sebrae Minas em 2023. Vencedora do prêmio CDL/BH de jornalismo 2024.

Isabella Guasti

Email: [email protected]

Jornalista graduada pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022 e também de reportagem premiada pelo Sebrae Minas em 2023. Vencedora do prêmio CDL/BH de jornalismo 2024.

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