O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) condenou a 14 anos de prisão a mulher acusada de encomendar a morte do marido, o auditor fiscal da prefeitura de Belo Horizonte, Iorque Leonardo Barbosa Júnior. O julgamento de Alessandra Lúcia Pereira Lima, de 43 anos, foi realizado nessa quarta-feira (11) no Fórum Lafayette, na região Centro-Sul da Capital. A ré preferiu se manter em silêncio e não comentar grande parte do que foi dito na sessão.
A acusação usou trocas de mensagens e ligações entre Alessandra e o ex-policial civil Ernandes Santos, na tentativa de comprovar que os dois tinham um caso extraconjugal e que a relação seria um dos motivos pelos quais a mulher encomendou a morte do então marido. Além disso, citou que a ré tinha como expectativa ficar com uma pensão de R$ 15 mil mensais e um apartamento da vítima avaliado em mais de R$ 400 mil. Ela está presa desde julho de 2014.
A defesa, por sua vez, alegou que Alessandra não sabia que Ernandes planejava matar Iorque e que somente a troca de mensagens e ligações entre eles não era capaz de provar a existência de um relacionamento amoroso. O advogado da ré citou também o fato de que ela é aposenta por invalidez, já que tem problemas psiquiátricos, e que, por isso, não precisaria do dinheiro da pensão deixada pelo marido morto.
Além de Alessandra e Ernandes, outros dois homens foram presos por envolvimento no crime. Os irmãos, Flávio de Matos Rodrigues e Otávio de Matos Rodrigues, de 41 e 39 anos, foram os responsáveis por esconder o carro utilizado no dia do assassinato de Iorque. O auditor levou sete tiros em um ponto de ônibus do bairro Padre Eustáquio, região Noroeste de BH, em fevereiro de 2014. Flávio pegou 6 anos em regime semiaberto e Otávio 14 anos de reclusão em regime inicialmente fechado. Já Ernandes vai a júri em junho.