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Advogada morta em queda prédio em BH é homenageada em ato pelo fim da violência contra mulheres

01/12/2024 às 15h21 - Atualizado em 01/12/2024 às 15h23
Grupo parou em frente ao TJMG ao pedir justiça pela morte da advogada Carolina França Magalhães (Reprodução/redes sociais)

A advogada Carolina da Cunha Pereira França Magalhães, morta após a queda do 8º andar do prédio onde morava, foi uma das homenageadas durante a 7ª Caminhada pelo Fim da Violência contra Mulheres e Meninas, em BH, neste domingo (1º).

O evento ocorreu em quase 190 cidades do Brasil e de outros países. A iniciativa é promovida pelo Grupo Mulheres do Brasil, presidido pela empresária Luiza Helena Trajano, da rede Magazine Luiza.

Na capital mineira, o ato teve concentração na Praça da Bandeira, no bairro Mangabeiras, na região Centro-Sul. O cortejo desceu pela avenida Afonso Pena, até a Praça Tiradentes.

Parte dos manifestantes usava camisa com a foto de Carolina, acompanhada pelos dizeres “Justiça Por Carol”. Grupos também usaram faixas para chamar atenção para o caso, que teve reviravolta em agosto deste ano. A Polícia Civil concluiu que a advogada não se jogou do apartamento, conforme indicavam as informações iniciais. Segundo a investigação, a mineira foi morta pelo ex-namorado, o também advogado Raul Rodrigues Costa Lages.

Os pais, parentes e amigos de Carolina participaram do protesto nesta manhã em BH. Durante a caminhada, o grupo parou em frente ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) e gritou as palavras de ordem “Justiça por Carol”.

Em São Paulo, a empresária Luíza Trajano recebeu uma camisa do evento com a foto da Carol.

O caso Carol

Carolina da Cunha Pereira França Magalhães morreu na noite do dia 08 de junho de 2022, aos 40 anos, quando caiu do oitavo andar do prédio onde morava no bairro São Bento, área nobre da região Centro-Sul de Belo Horizonte.

Ela estava sozinha no imóvel com o então namorado, Raul Rodrigues Costa Lages. Em depoimento, ele disse que não presenciou a queda. O advogado afirmou que deixou o apartamento após uma briga com a companheira e que, enquanto estava no elevador, ouviu um estrondo. Ao chegar na portaria, havia sido informado sobre a queda da mulher.

A Polícia Civil, no entanto, apontou que as informações prestadas por Raul são incoerentes. O circuito de segurança do prédio indica que o homem só chamou o elevador para descer cerca de quatro minutos depois da queda.

Os investigadores também encontraram fios de cabelo de Carol presos na parte inferior da tela de proteção da janela, que havia sido cortada. Segundo os peritos, o fato é um indicativo de que o corpo da mulher foi passado pelo buraco em posição deitada.

A largura e o formato arredondado do corte feito na rede de proteção também acendeu alerta nos investigadores. O pedaço da proteção cortado foi jogado no cesto de lixo do apartamento.

Como o caso foi tratado inicialmente como suicídio, Raul Lages não foi preso. Em agosto deste ano, a Polícia Civil o indiciou pela morte da advogada.

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) o denunciou por homicídio triplamente qualificado, por motivo torpe, recurso que impediu a defesa da vítima e feminicídio. A Justiça recebeu a denúncia em setembro e Lages se tornou réu. Ele responde o processo em liberdade.

A defesa de Lages nega participação do cliente na morte de Carolina.

Pablo Nascimento

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