Kalil nega reavaliar aumento de passagem de ônibus e aprova reajuste de alto escalão da PBH

Campanha #CancelaKalil foi criada na internet pedindo para que o prefeito volte atrás no reajuste (Reprodução/Facebook)

A BHTrans anunciou no último dia 29 o aumento de cerca de 9% do preço na passagem dos coletivos de Belo Horizonte, ainda na gestão do ex-prefeito Márcio Lacerda (PSB). O prefeito empossado no último domingo (1), Alexandre Kalil (PHS), defende o aumento e considera que “não houve abusos”.

“A única coisa que eu tive o cuidado de ver foram os reajustes que foram feitos em todo o país para ver se aconteceu algum abuso e, a princípio, não aconteceu”, disse Kalil em entrevista na manhã desta segunda-feira (2).

“Eu não posso reavaliar uma passagem que entra amanhã. Eu não tenho tempo hábil para isso. Então, a primeira coisa que nós vamos fazer é ter a responsabilidade de começar a colocar técnicos para avaliar todos os aumentos, para ver se há algum abuso ou alguma distorção. Nós temos que parar com esse tipo de gracinha sem [fazer] conta, sem entender o que está acontecendo, só para fazer bonito para meia dúzia da população. É um assunto gravíssimo”, completou Kalil.

O aumento que entrará em vigor é acima do índice de inflação registrado em 2016 e será o quarto em um período de dois anos em Belo Horizonte. Durante campanha, uma das principais bandeiras levantadas pelo ex-dirigente do Atlético foi a do transporte público, prometendo, inclusive, “abrir a caixa preta da BHTrans” – fazendo alusão à falta de transparência dos contratos entre a empresa pública e as concessionárias de ônibus.

Movimentos sociais como o Movimento Passe Livre BH e o Tarifa Zero BH já organizam manifestações contrárias ao aumento.

Procurada pela equipe do Bhaz, a Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Belo Horizonte afirmou não ter mais informações sobre o posicionamento da reavaliação do prefeito a respeito do assunto.

Aumento dos secretários, do prefeito e dos vereadores

Também nesta segunda-feira (2), o prefeito também afirmou em entrevista que o aumento dos salários dos secretários e do prefeito foi justo e que ser contrário é “uma demagogia barata”.

“Existe um reajuste que foi dado de quatro anos para os secretários e o prefeito, e não é um reajuste anual, diferentemente dos vereadores, que é anual e, por isso, foi menor. Não há a menor preocupação de esclarecer isso. Está todo mundo querendo ficar bonito na fita na hora de ir embora porque estão pensando em 2018”, afirmou.

“Se houve abuso, vamos olhar se houve abuso, mas parece que também foram índices estabelecidos dentro da lei. Eu garanto a vocês que não foi salário que levou esse país aonde está. Foi a corrupção e a roubalheira. Bons técnicos precisam ter bons salários para cuidar de uma população importante como a de Belo Horizonte”, completou.

Durante campanha, o enxugamento da máquina pública também foi importante bandeira levantada por Kalil, que, inclusive, cortou 2,8 mil funcionários comissionados da prefeitura como seu primeiro ato na gestão.

Rodrigo Salgado

Repórter do Portal Bhaz.

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