
A Polícia Civil de Minas Gerais prendeu o médico de 58 anos que tirou o Dispositivo Intrauterino (DIU) de Jéssica Marques Vieira, que morreu durante a realização do procedimento em Matozinhos, na região Metropolitana de BH. Ele foi detido na última sexta-feira (17) em decorrência de denúncias de crimes sexuais.
A morte de Jéssica ocorreu no dia 4 de novembro, mas só veio à tona alguns dias depois após a família registrar o boletim de ocorrência.
Segundo a Polícia Civil, também foram cumpridos mandados de busca e apreensão na clínica e na casa do homem. As investigações apontam que as violações aconteciam há, pelo menos, cinco anos. Há cinco denúncias formais contra ele.
O delegado responsável pelo caso, Cláudio de Freitas Neto, explica que a primeira acusação ocorreu em 2018. “A clínica, a qual o médico é proprietário, funciona há cerca de 22 anos na cidade. Pelo modo de agir dele e a repetição dos relatos das vítimas, acreditamos que existam outras vítimas”, explica.
Em um dos casos, a vítima relatou que pretendia fazer um exame de risco cirúrgico com esse especialista e ele teria oferecido procedimentos ginecológicos de forma gratuita.
A mulher ainda disse que durante esses exames, o médico começou a fazer toques abusivos, além de falar palavras de cunho sexual.
Relembre o caso da mulher morta após tirar o DIU na Grande BH
Jéssica Marques Vieira, 32, tinha um sopro no coração. Ela tinha colocado o DIU por indicação do cardiologista que tem uma clínica particular. Mas o mesmo especialista recomendou a retirada, 20 dias após o dispositivo ser implantado.
Durante o procedimento, segundo informações do boletim de ocorrência, os familiares afirmam que ela teve complicações e não resistiu. Já a Polícia Civil informou que os laudos que vão apontar a causa da morte da paciente ainda estão em elaboração.
No dia 10 de novembro, a Prefeitura de Matozinhos interditou a clínica. Segundo a administração municipal, equipes de fiscalização sanitária estiveram no local para verificar as condições de funcionamento da unidade.
Ainda de acordo com a prefeitura, o estabelecimento não tinha autorização para fazer cirurgias envolvendo o DIU. “A contradição foi constatada, pois na documentação da clínica junto à Prefeitura, não havia descrição que permitia que a unidade operasse procedimento ginecológico”, informou.