Um laudo da Polícia Civil concluiu que o menino de 7 anos que morreu em Lagoa Santa, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, teve falência múltipla de órgãos devido a desnutrição extrema.
De acordo com a PCMG, mesmo com o inquérito do caso ainda em andamento, o órgão já pediu a prisão preventiva da mãe, de 27 anos, e do padrasto, 19, do menino. Os dois chegaram a ser presos, mas a mulher foi liberada.
A polícia deve ouvir também os outros filhos do casal.
Relembre o caso
Os crimes foram descobertos no dia 7 de junho. De acordo com o boletim de ocorrência da PM, profissionais da assistência social do hospital Santa Casa de Lagoa Santa, para onde menino foi levado, chamaram a polícia ao perceberem o estado da criança. Ele deu entrada já em óbito no hospital.
Aos policiais, a assistente social disse que o menino estava bastante magro e com sinais de desnutrição, mas sem sinais de violência. Membros de conselho tutelar também acompanharam a ocorrência.
A mãe do garoto, 27, e o padrasto, 19, foram presos por omissão e levados para a Central Estadual do Plantão Digital (CEPD). A mulher tem mais três filhos que precisarão de assistência pública, já que não têm outro cuidador.
Castigo de fome
Em depoimento, o padrasto disse que o menino estava doente há cerca de uma semana, apresentando vômito e dificuldade para se alimentar. Segundo ele, a aparência do enteado seria explicada pela doença. Ele disse também que não levou a criança antes ao hospital por medo de ser preso.
O homem ainda confessou que privava o menino de se alimentar porque a família tinha pouca comida e o garoto “comeria tudo”. Ele alegou que o castigava o proibindo de comer.
A mãe do menino, por sua vez, disse que não concordava com as punições e que chegou a ver o filho comendo ração de cachorro. Questionada sobre a situação, ela se recusou a continuar o relato.