Os trabalhadores do metrô e ônibus decidiram por manter a paralisação de 24 horas agendada para esta quinta-feira (20). De acordo com o Sindimetro (Sindicato dos Metroviários de Minas Gerais), a paralisação deve ocorrer porque a categoria busca conseguir colocar os trabalhadores como prioridade na vacinação contra a Covid-19.
A decisão tinha sido tomada em uma assembleia online na tarde dessa segunda-feira (17), e os trabalhadores e terceirizados votaram contra ou a favor da greve, sendo a maioria a favor da paralisação. Já ontem à tarde (18), houve a deliberação de manter o movimento.
“O movimento está mantido conforme deliberado na assembleia. Decisão da categoria foi por parar, vamos seguir a vontade da categoria”, diz ao BHAZ o secretário-geral do Sindimetro, Daniel Glória Carvalho. Assim, as viagens vão ser interrompidas na quinta-feira, às 0h, e tem o retorno marcado para 0h de sexta.
Daniel explica a reivindicação da categoria. “Nós queremos uma revisão com relação ao posicionamento na vacinação da categoria dos transportes, não só dos metroviários. Desta forma, é necessário rever o PNI (Plano Nacional de Imunização)”, explica.
“Não por achar que a gente é melhor que o resto, tanto que os sindicados apoiaram esse movimento e fizemos manifestação pela vacina para toda a população, só que infelizmente, no caso da CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos), a gente vem lidando com precarização com relação ao serviço. E a gente pede a imunização aos funcionários porque é uma resposta definitiva”, explica.
Conversa com o Kalil
Na segunda-feira (17), o Sindimetro e o Sttrbh (Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de BH e Região) se reuniram com o prefeito Alexandre Kalil (PSD), para tentar reivindicar uma data para vacinação dos trabalhadores do transporte. “Kalil pediu trinta dias para a gente fornecer o nome dos funcionários, e trinta dias pra montar esse calendário, mas mesmo se aceitarmos as proposta do prefeito, a gente vai manter o movimento para cobrar os prazos”, conta Daniel.
O secretário-geral ainda explica que o movimento está sendo realizado em escala nacional. Desta forma, ainda falta uma reunião do sindicado de Recife com o Ministério da Saúde, hoje, às 10h, para decidir em definitivo o rumo da paralisação de quinta. “O que pode mudar é se Recife tiver um posicionamento favorável, aí a gente pode estudar se suspende o movimento. As categorias permanecem mobilizadas e o conjunto das decisões são tomadas a nível nacional”.
“Mas mesmo sem a paralisação, permanecemos em estado de grave. O movimento vai continuar, mesmo se suspender ou não, porque a gente quer cobrar dos poderes públicos uma data definitiva para a imunização da categoria”, finaliza.
O que diz a PBH?
Procurada pelo BHAZ, a PBH (Prefeitura de Belo Horizonte) reforçou que segue as orientações do Ministério da Saúde, e que “não tem autonomia para alterar as ordens de público prioritário indicadas” pela pasta.
O Executivo municipal ainda reforçou que “é imprescindível que novas remessas de vacinas sejam entregues pelo Ministério da Saúde”, e que tem a disponibilidade de pessoal e insumos necessários para a continuidade do processo de vacinação.
Nota da PBH na íntegra
“A Prefeitura de Belo Horizonte segue as orientações do Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a Covid-19, do Ministério da Saúde. O município não tem autonomia para alterar as ordens de público prioritário indicadas pelo Ministério da Saúde, tendo assim que seguir as regras informadas para a imunização.
O cadastro para agentes da BHTrans, que inclui motoristas e cobradores, já foi aberto e o público estimado está sendo levantado.
É imprescindível que novas remessas de vacinas sejam entregues pelo Ministério da Saúde. A Prefeitura reafirma a disponibilidade de pessoal e de todos os insumos necessários para a imediata continuidade do processo”.