Morte de macacos em BH alerta para indícios de avanço da febre amarela

Reprodução/EBC

Belo Horizonte registrou as primeiras mortes suspeitas de macacos que podem estar associadas ao surto de febre amarela em Minas Gerais. A indicação de “rumores de epizootias em primatas” aparece no último boletim epidemiológico divulgado nessa quinta-feira (26) pela Secretaria de Estado de Saúde.

Entretanto, segundo a pasta, somente a investigação laboratorial desses casos poderiam confirmar os indícios sobre o avanço da doença para centros urbanos, o que não será possível nesses casos específicos.

Isso porque, ainda conforme a secretaria, o estágio avançado de decomposição que os corpos chegaram ao laboratório não permite uma conclusão científica. Justamente por esse motivo, as mortes foram registradas como “rumores”.

O número de primatas mortos e a região – ou regiões – de Belo Horizonte onde eles foram recolhidos não foram informados pela pasta.

“Esse cenário descrito não implica a necessidade de ampliar o alerta, uma vez que não há registro da circulação do vírus em outras áreas, além das regiões do Leste e Nordeste mineiro”, destaca nota encaminhada pela secretaria.

Os primatas são os primeiros hospedeiros do vírus da febre amarela e, geralmente, precede o aparecimento de casos em humanos. Conforme explicou o primatólogo Sérgio Lucena à reportagem da Agência Brasil, o homem é considerado um hospedeiro acidental do vírus, que é transmitido por mosquitos vetores em áreas de mata.

“Eles [os primatas] são sentinelas. Se o vírus começa a se propagar em determinada área, a morte dos macacos nos enviará um alerta”, explicou o especialista.

Vítimas da febre amarela

O número de mortes confirmadas por febre amarela em Minas Gerais saltou para 40 nesta semana. Outros 47 óbitos ainda estão sendo analisado, conforme o último boletim da Secretária de Estado de Saúde.

Desde o início do ano, Minas Gerais registrou 84 casos confirmados. Outras 402 suspeitas da doença estão sendo apuradas por meio de exames laboratoriais.

As áreas afetadas pelo surto da febre amarela, compreendem municípios localizados na região Leste do Estado. A população dessas cidades estão sendo acompanhadas pelas regionais de Saúde de Coronel Fabriciano e Governador Valadares, no Vale do Rio Doce;  Manhumirim, na Zona da Mata; e Teófilo Otoni, no Vale do Jequitinhonha e Mucuri.

Imunização

A Secretaria de Estado de Saúde informou que até a última quinta-feira (26) que foram distribuídas cerca de 1,6 milhão de doses de vacinas às áreas do Estado afetadas pelo surto de febre amarela.

Dados disponibilizados pelas regionais de Saúde das áreas afetadas mostram que, nesse período, 878,4 mil pessoas foram imunizadas.

Guilherme Scarpellini

Guilherme Scarpellini é redator de política e cidades no Portal BHAZ.

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