Um motorista de aplicativo denunciou um sargento da Polícia Militar por agressão, na última segunda-feira (17), em Contagem, Região Metropolitana de Belo Horizonte. Segundo a esposa da vítima, o policial, que estava à paisana, mas armado, teria agredido seu marido.
Ao BHAZ, Maria Eduarda Silva, esposa do motorista de aplicativo, Paulo Sérgio Araújo, relatou que o marido estava desembarcando uma passageira no bairro Glória quando a situação iniciou. O sargento estava atrás, num carro da marca Renault Sandero, e começou a buzinar e acelerar, quase encostando na traseira do veículo de Paulo.
“Meu marido virou uma rua, o Sandero também virou no mesmo lugar e aí tinha um outro carro fazendo baliza na via. Meu marido teve que parar e o Sandero prosseguiu da mesma forma, buzinando e acelerando o carro para cima dele, até que ele chamou meu marido de ‘vagabundo'”.
De acordo com Maria Eduarda, o motorista de aplicativo revidou o xingamento e seguiu o caminho, até os dois se encontrarem novamente em uma outra rua. “Meu marido ficou com medo e parou o carro do lado de uma oficina”, contou.
Sargento armado vai atrás do motorista
Câmeras de segurança mostram o policial parando o carro no meio de uma rua e uma criança descendo correndo do veículo. Em seguida, o sargento também sai do carro segurando uma arma. Assista:
Motorista de aplicativo é agredido por sargento à paisana em Contagem (MG); imagens mostram o momento em que o policial estacionou na rua onde agrediu a vítima.
— BHAZ (@portal_bhaz) June 24, 2024
🎥: Arquivo Pessoal pic.twitter.com/AdHUncZJL4
“Ele voltou até o veículo do meu marido a pé, com arma em punho, e começou a agredi-lo com socos no rosto, chamando o Paulo de ‘vagabundo'”.
Conforme o boletim de ocorrência, testemunhas disseram que o sargento chegou a colocar a arma no peito da vítima no momento da agressão. Depois disso, o policial foi para uma quadra poliesportiva, e os funcionários da oficina chamaram a polícia.
À Polícia Militar, o sargento disse que nunca tinha visto Paulo, que não era o responsável pelas agressões e que não estava armado. A vítima foi encaminhada para uma UPA no bairro Eldorado, em Contagem.
“Os policiais falaram que não encontraram nenhuma arma. Decidimos tornar o caso público por uma questão de segurança, por medo de uma possível retaliação dele”, declarou Maria Eduarda.
Sargento comparecerá à audiência
De acordo com a Polícia Civil, o sargento “foi conduzido e ouvido pelo delegado plantonista, que lavrou Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) pelo crime de lesão corporal, em que o conduzido assumiu o compromisso de comparecer à audiência perante o Juizado Especial Criminal”.
Em nota ao BHAZ, o Comando de Policiamento da Capital informou que “os fatos alegados na denúncia, bem como suas circunstâncias, serão devidamente apurados e, ao final, adotadas todas as medidas legais que o caso requerer”.
Segundo Maria Eduarda, o marido não conseguiu dormir nem trabalhar nos quatro dias seguintes à agressão. “Ele está com medo, mas ele precisa trabalhar, é o carro que a gente tem. Ele está envergonhado da situação, com o rosto muito machucado, mas apesar disso, seguindo com a vida”.