Uma mulher de 39 anos morreu depois de passar por duas cirurgias plásticas em uma clínica em Belo Horizonte, na madrugada desta terça-feira (7). Lidiane Aparecida Fernandes Oliveira ainda estava internada após os procedimentos, realizados na manhã de ontem (6), quando sentiu falta de ar e faleceu.
Lidiane era servidora da Secretaria de Saúde de Brumadinho, na região metropolitana de BH. Por meio de nota, a prefeitura da cidade lamentou a morte. A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica Regional Minas Gerais (SBCP-MG), também informou que “tomará as medidas necessárias para garantir a transparência nas informações” (leia mais abaixo).
De acordo com a Polícia Militar, a mulher passou por uma abdominoplastia e por uma lipoaspiração em uma clínica no bairro de Lourdes, região Centro-Sul da capital. Os procedimentos começaram às 8h30 de ontem e terminaram por volta das 13h.
Ela foi acompanhada pela irmã e, após as cirurgias plásticas, foi encaminhada ao quarto da clínica para recuperação. Lá, ela começou a se queixar de dores e de falta de ar, e chegou a ser medicada várias vezes.
Óbito
Ainda segundo ocorrência registrada pela PM, a mulher voltou a se queixar de dificuldades para respirar ainda ontem à noite. Neste momento, a irmã acionou o botão de emergência do quarto e saiu para pedir socorro à equipe médica. Quando ela voltou ao quarto, a mulher de 39 anos já estava desacordada.
Os profissionais da clínica tentaram reanimá-la e acionaram o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência). Já dentro da ambulância, a mulher foi intubada e encaminhada ao hospital Vera Cruz, no Barro Preto, já que a clínica não tinha CTI (Centro de Terapia Intensiva).
No centro de saúde, os profissionais seguiram tentando reanimar a mulher, mas ela não resistiu e morreu à 1h20 desta madrugada. A causa da morte foi constatada como embolia pulmonar.
A Polícia Militar foi acionada após o marido da vítima, de 36 anos, “provocar tumulto” no hospital Vera Cruz ao saber sobre a morte da esposa. O filho da mulher, também exaltado, teria chutado a porta do CTI do centro de saúde e danificado uma catraca.
Médico usava estrutura da clínica
Procurado pela PM, o médico responsável pelas cirurgias afirmou que tudo correu bem durante os procedimentos. Depois da operação, a mulher ficou aos cuidados da equipe da clínica, que, segundo ele, conta com médicos, enfermeiros e suporte básico.
O cirurgião não faz parte da equipe da clínica e disse que usa a estrutura do local para realizar os procedimentos.
A Polícia Civil informou que a ocorrência foi registrada nesta madrugada e que o caso está sob investigação. “Outras informações serão repassadas em momento oportuno”, afirmou a corporação.
O BHAZ procurou a clínica por meio de telefone e mensagem, mas ainda não obteve retorno. Tão logo o centro de saúde responda, esta reportagem será atualizada.
Prefeitura de Brumadinho lamenta
Por meio de nota de pesar, a prefeitura e a Secretaria de Saúde de Brumadinho lamentaram a morte de Lidiane Oliveira, que trabalhava no Complexo Hospitalar Valdemar de Assis Barros.
A nota descreve a mulher como “profissional zelosa, atenciosa” e muito querida pela equipe do complexo de saúde. “Enviamos as nossas condolências aos amigos e familiares”, finaliza o comunicado.
SBCP acompanha
Por meio de nota divulgada nesta quarta-feira (8), a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica Regional Minas Gerais informou, por meio do secretário Dr. Vagner Rocha, que está acompanhando o caso.
O órgão confirma que a clínica onde a cirurgia foi realizada está apta a receber pacientes para realização de cirurgias plásticas e está regularizada junto aos órgãos de fiscalização e controle.
Ainda segundo o comunicado, o cirurgião responsável pelo procedimento é habilitado, cumpriu todas as etapas de formação e possui Registro junto ao Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais (CRM-MG), além de título de especialista em cirurgia plástica.
“A SBCP-MG lamenta o ocorrido e solidariza com os familiares e amigos da paciente e informa que, como todo procedimento médico, a cirurgia plástica também implica em riscos que são inerentes ao ato cirúrgico”, diz trecho da nota (leia na íntegra abaixo).
O órgão ainda defende que, apesar dos cuidados adotados pelos médicos, aqueles interessados em passar por procedimentos como esses devem ter ciência desses riscos.
Nota da SBCP-MG
“A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica Regional Minas Gerais (SBCP-MG), tomou conhecimento da morte de uma paciente após realização de cirurgia plástica em Belo Horizonte e, por meio de seu Secretário, Dr. Vagner Rocha, esclarece que está acompanhando o caso e tomará as medidas necessárias para garantir a transparência nas informações.
A Unidade Hospitalar onde ocorreu o procedimento está apta a receber pacientes para realização de cirurgias plásticas como a que ocorreu e está devidamente regularizada junto aos órgãos de fiscalização e controle. Ainda, o cirurgião responsável pelo procedimento é habilitado, tendo cumprido todas as etapas de formação e possui Registro junto ao Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais (CRM-MG) e título de especialista em Cirurgia Plástica.
A SBCP-MG lamenta o ocorrido e solidariza com os familiares e amigos da paciente e informa que, como todo procedimento médico, a cirurgia plástica também implica em riscos que são inerentes ao ato cirúrgico. Apesar de todos os cuidados adotados pelos cirurgiões é importante, a todas as pessoas que queiram se submeter a uma cirurgia plástica, ter ciência dessa realidade”.
