A primeira-dama de Minas Gerais, Carolina de Oliveira Pereira Pimentel, foi exonerada do cargo de secretária de Estado de Trabalho e Desenvolvimento Social (Sedese). O parecer que coloca fim à nomeação dela, feita pelo próprio Fernando Pimentel, foi publicada no Diário Oficial do Estado (DOM) nesta terça-feira (17).
Carolina havia sido nomeada em 28 de abril, mas pelo menos cinco ações na Justiça pediam o afastamento dela. Os processos tiveram participação, em sua maioria, de deputados da oposição. A liminar concedida pelo juiz de primeira instância que suspendeu a primeira-dama do cargo é referente a uma demanda dos deputados estaduais Felipe Attiê (PTB), Bonifácio Mourão (PSDB), Luiz Humberto Carneiro (PSDB) e Tito Torres (PSDB), distribuído no último dia 3.
Para justificar a decisão, o magistrado Michel Curi e Silva chegou a usar palavras fortes e a comparar o governador Pimentel a um “imperador romano”. O governo de Minas recorreu, por meio da Advocacia Geral do Estado (AGU), mas a desembargadora Hilda Teixeira da Costa decidiu por manter a liminar .
Antes de publicar a exoneração de Carolina, o governo informou à imprensa que não iria mais recorrer da decisão apesar de tal possibilidade. Em nota, o Executivo afirma que Carolina preferiu retomar as atividades que conduzia junto ao Serviço Voluntário de Assistência Social (Servas) para “impedir que falsas polêmicas geradas pela oposição” afetem os trabalhos da Sedese. De acordo com o DOM, a secretária-adjunta da Sedese, Rosilene Cristina Rocha, é quem vai assumir a vaga.
Acrônimo
Fernando Pimentel e Carolina são investigados pela Polícia Federal na operação Acrônimo. A ação apura suposto desvio de verbas e tráfico de influência durante a campanha do governador em 2014. A operação, que começou ano passado, quando ocorriam as eleições, é consequência de uma apreensão da Polícia Federal de R$ 113 mil reais em um avião que voava de Belo Horizonte a Brasília. Na aeronave estava Benedito Rodrigues, empresário que trabalhou nas campanhas do PT, e o ex-assessor do Ministério das Cidades, Marcier Trombiere Moreira, que trabalhou na campanha de Pimentel. O avião, que foi avaliado em R$ 2 milhões, foi apreendido pela Justiça Federal.