Nova Lima recebe fenômeno no céu e moradores confundem com tornado

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Fenômeno natural é atípico na região metropolitana de Belo Horizonte (Luiz Henrique Freitas/Arquivo Pessoal)

Um fenômeno natural atingiu a cidade de Nova Lima, região metropolitana de BH, na tarde de ontem (24), e intrigou as pessoas que estavam por perto. O motivo foi a aparência do evento, que se assemelhou a um tornado. Segundo o meteorologista Heriberto dos Anjos, trata-se de uma nuvem em formato de funil, que é atípica na Grande BH. O profissional do tempo também informou que esse tipo de nuvem pode ser chamada de cumulonimbus.

Uma das pessoas que testemunharam a cumulonimbus disse ao BHAZ que estava no Minas Tênis Clube de Nova Lima, no bairro Alphaville, quando o fenômeno iniciou. “Começou uma chuvinha fininha, umas 15h30, e depois deu uma engrossada… Na hora que eu olhei para o céu e vi aquela coisa, olhei pra minha esposa e falei ‘nossa, parece um tornado, um tufão!'”, afirmou Luiz Henrique Freitas.

Conforme o relato de Luiz, a chuva começou a engrossar e algumas pessoas que olharam para o fenômeno se assustaram. Entretanto, Luiz Henrique Freitas disse ter ficado tranquilo, e continuou a observar ao lado da esposa. “Não tive medo nenhum, fiquei olhando pra ver se deslocava em nossa direção mas ele ficou parado. Durou de 10 a 15 minutos e eu fiquei observando ate o final”. 

Luiz Henrique Freitas também contou que o fenômeno aparentou ser tranquilo e não fazia barulho de vento forte. “Não fez barulho nenhum, só o som da chuva. Fiquei pensando que quando a gente assiste esses filmes, a gente vê o vento levando tudo, sombrinha para o alto e etc, e esse foi tranquilo”, observou Luiz.

Cumulonimbus vista do Minas Tênis Clube em Nova Lima (Arquivo Pessoal/Luiz Henrique Freitas)

Registros do fenômeno

Na web, algumas pessoas fizeram o registro do fenômeno, também confundindo a cumulonimbus com um tornado. Confira alguns tuítes publicados:

E o que é cumulonimbus?

De acordo com o meteorologista Heriberto dos Anjos, a cumulonimbus é uma nuvem em formato de funil, e que não pode ser caracterizada como um tornado. “A cumuloninbus é composta por um sistema de baixa pressão, em que você tem uma corrente que se forma em algumas regiões. Ela sai da superfície para o alto, a corrente é de baixo para cima. Esse tipo de formação de nuvens é influenciada pelas correntes de baixa pressão”.

Para ser caracterizado como um tornado, Heriberto dos Anjos explicou que o fenômeno deveria ter tocado no solo, entre outras características. “Se tocasse no solo poderia ser caracterizado um tornado de força inicial, força zero. Eles também medem o tornado pelos danos que eles causam”, disse o meteorologista. Heriberto apontou, também, que os tornados costumam se movimentar, o que não foi o caso do fenômeno observado.

O meteorologista disse que as nuvens em formato de funil são atípicas em Nova Lima, por conta da geografia do lugar. “É comum se formar em Minas Gerais, mas não é comum formar na região metropolitana de BH em função da característica geográfica”, explicou Heriberto. Segundo ele, o fenômeno teria mais chances de acontecer na região do Triângulo Mineiro.

Quando perguntado porque a cumulonimbus acabou se formando em Nova Lima, Heriberto dos Anjos disse que tem a ver com os fatores climáticos de ontem. “A combinação do calor e a pouca umidade da região favoreceu esse desenvolvimento, que foi bem localizado, pois as nuvens foram bem isoladas”.

Nenhuma outra cidade da região metropolitana de Belo Horizonte registrou a presença de cumulonimbus na tarde desse domingo (24).

É perigoso?

Embora a testemunha ocular do fenômeno Luiz Henrique Freitas não tenha sentido medo ao observar a nuvem em formato de funil, ela contém sim alguns perigos. Conforme explicado por Heriberto dos Anjos, “a cumulonimbus tem essa caraterística de causar chuva e raios”. “Os movimentos ascendes fazem ela subir crescendo verticalmente, e ela ganha energia e força para causar descargas elétricas e ventos fortes”.

Edição: Thiago Ricci
Andreza Miranda[email protected]

Graduada em Jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2020. Participou de duas reportagens premiadas pela CDL/BH (2021 e 2022); de reportagem do projeto MonitorA, vencedor do Prêmio Cláudio Weber Abramo (2021); e de duas reportagens premiadas pelo Sebrae Minas (2021 e 2023).

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