OAB avalia investigar colégio de BH por vídeo de crianças criticando identidade de gênero

OAB investiga colégio bh
O vídeo foi publicado pelo colégio na última segunda (Reprodução/Instagram)

A Comissão de Diversidade Sexual da OAB/MG (Ordem dos Advogados do Brasil em Minas Gerais) está investigando um possível caso de LGBTfobia praticado pelo Colégio Batista Getsêmani, do bairro Dona Clara, na região da Pampulha, em Belo Horizonte. O BHAZ procurou a instituição, que ficou de enviar um posicionamento, mas ainda não o fez. A reportagem será atualizada logo que o retorno for realizado.

A instituição, declaradamente cristã, publicou um vídeo de crianças criticando o que eles chamam de “ideologia de gênero”. O Colégio nomeou o vídeo, postado nesta segunda-feira (28), como “Resposta ao Burger King”. Nele, crianças são instruídas a falar sobre “ideologia de gênero”, termo equivocado para se referir à identidade de gênero humana, ou seja, a forma como a pessoa se reconhece, como é o caso de pessoas transgêneros e não-binárias.

A rede de ensino trata a campanha do Burger King como “confusão mental em crianças”, se referindo ao comercial que apresenta um caminho para pessoas que dizem não saber como explicar LGBTQIA+ para crianças. A temática do comercial não agradou grupos conservadores.

Durante o vídeo, uma criança diz que “meu Deus me fez menina” e uma outra fala que “meu Deus me fez menino”. Ao final, ambos repetem “meu Deus não erra”, repetidas vezes. As crianças também foram instruídas a dizer que há uma imposição da tal ideologia que “confunde a fé”.

‘Preconceito e discriminação’

Ao BHAZ, o presidente da Comissão de Diversidade da OAB, Alexandre Bahia, disse que o vídeo reforça “toda uma ideia de preconceito e discriminação”, e que a OAB/MG vai avaliar se vai levará o caso na Justiça.

“A Comissão ainda avalia o caso e vendo quais medidas podem ser tomadas. Estamos realmente querendo levar o caso adiante, possivelmente pela possibilidade de ter havido danos morais coletivo, ou até mesmo uma ação penal, pensando na decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) que reconheceu a LGBTfobia como crime de racismo”, explica.

O BHAZ procurou o Colégio para se posicionar sobre o assunto, mas até o final desta edição não houve resposta.

Esta reportagem é uma produção do Programa de Diversidade nas Redações, realizado pela Énois – Laboratório de Jornalismo, com o apoio do Google News Initiative

Edição: Roberth Costa
Jordânia Andrade[email protected]

Repórter do BHAZ desde outubro de 2020. Jornalista formada no UniBH (Centro Universitário de Belo Horizonte) com passagens pelos veículos Sou BH, Alvorada FM e rádio Itatiaia. Atua em projetos com foco em política, diversidade e jornalismo comunitário.

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