A Polícia Federal e a Controladoria Geral da União (CGU), cumprem, na manhã desta segunda-feira (30), a operação “Fair Play”, que tem como alvo um ex-servidor do Ministério do Esporte, suspeito de liderar um esquema de desvio de recursos da Lei de Incentivo ao Esporte. A ação cumpre 13 mandados de busca e apreensão em Belo Horizonte e São Paulo, nas sedes de empresas e em residências ligadas ao grupo investigado.
O esquema teria desviado mais de R$ 190 milhões destinados a projetos esportivos entre os anos de 2019 e 2023. De acordo com o apurado, o ex-servidor, que foi exonerado do Ministério do Esporte, criou e utilizou associações e empresas interligadas para burlar os limites legais da captação de recursos. Essas entidades, sediadas principalmente em Belo Horizonte, eram autorizadas a captar recursos junto a empresas e pessoas físicas com base na Lei de Incentivo ao Esporte.
As investigações apontam que o grupo direcionava contratos para prestadores de serviço e fornecedores ligados aos próprios dirigentes das associações investigadas. Empresas foram criadas em nome de funcionários e sócios das entidades para emitir notas fiscais fraudulentas, simulando e permitindo o desvio de parte do recursos. Também foram identificadas movimentações financeiras suspeitas, indicando a prática de lavagem de dinheiro.
Além dos mandados de busca, a Justiça Federal determinou o bloqueio de quase R$ 180 milhões em ativos dos investigados e o impedimento das entidades envolvidas de obterem novas autorizações para executar projetos incentivados. O grupo poderá responder pelos crimes de peculato, organização criminosa e lavagem de dinheiro.