O comerciante Otacílio Macedo, de 55 anos, afirmou em entrevista ao site R7 que sua filha Sofia, de 19 anos, só soube no primeiro dia do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) que usaria um ponto no ouvido para receber as respostas das provas. O morador de Carbonita, cidade do Vale do Jequitinhonha, decidiu se pronunciar publicamente para esclarecer que foi responsável pela contratação da quadrilha alvo de uma operação da Polícia Federal (PF). Integrantes do grupo especializado em fraudar processos seletivos acabaram presos em flagrante no último domingo (6).
Sofia Macedo também foi detida enquanto fazia as provas em Belo Horizonte. Otacílio afirma que combinou o pagamento de R$ 50 mil à quadrilha: R$ 10 mil seriam repassados logo após a realização do Enem e outros R$ 40 mil quando a estudante se matriculasse em alguma universidade. “Eu fiz isso para ajudar a minha filha a realizar um sonho, que é cursar a faculdade de medicina”, afirmou na entrevista.
A estudante ficou presa no Complexo Penitenciário Feminino Estevão Pinto até segunda-feira (7), quando a Justiça Federal expediu um alvará de soltura e estipulou o pagamento de uma fiança no valor de um salário mínimo (R$ 880). A jovem responderá ao processo criminal em liberdade.
Segundo Otacílio, Sofia está em casa e continua bastante abalada. Ela se tornou alvo de ataques no Facebook após o Fantástico divulgar uma reportagem especial sobre a fraude. Uma gravação divulgada na matéria mostrou como a garota recebia as respostas das provas por um “ponto” colocado em seu ouvido. “O pessoal tá fazendo bullying no Facebook, caindo de pau”, relata o pai da jovem.
Outros familiares de Sofia também precisaram deletar seus perfis no Facebook devido aos ataques. Ela responderá na Justiça Federal pelo crime de estelionato majorado.
