A PBH (Prefeitura de Belo Horizonte) decidiu que o uso de máscaras não será mais obrigatório em locais abertos na capital mineira. Em reunião na manhã desta quinta-feira (3), o Comitê de Enfrentamento à Covid-19 da prefeitura deliberou e concluiu, por unanimidade, que já é seguro abolir o uso o item ao ar livre. A informação foi confirmada ao BHAZ pelo infectologista Unaí Tupinambás, membro do comitê.
A medida, que deve ser formalizada em breve, não se aplica a espaços fechados. De acordo com Unaí, a manutenção das máscaras segue importante nesses locais devido à maior facilidade de contaminação. “É claro que a máscara continua obrigatória em eventos que reúnem multidões, como, por exemplo, o estádio Mineirão, ainda que a maioria dos torcedores não cumpra adequadamente”, observa.
“Estamos vendo o cenário com o avanço da vacinação no município. Pelos conhecimentos adquiridos nesses últimos anos, e também pela situação da disseminação da variante ômicron, optamos por não exigir mais a máscara nos espaços abertos, já que nesses espaços a chance de transmissão é muito pequena”, afirma Unaí.
Ainda pode mudar
O especialista reforça que as medidas de proteção contra a Covid-19 podem voltar a ficar mais restritas, caso os índices do coronavírus voltem a avançar na capital. No entanto, Unaí prevê que os próximos meses tenham números mais baixos para a doença, não só em BH, mas como tendência mundial. Ele acredita que nem mesmo as aglomerações promovidas no Carnaval possam ter um impacto significativo.
O boletim epidemiológico divulgado pela PBH na tarde dessa quarta-feira (2) mostra que o RT (Número Médio de Transmissão por Infectado) ficou registrado em 0,75 em Belo Horizonte. Os outros indicadores também seguem no nível verde, com a ocupação de leitos de UTI em 43,2% e a de leitos de enfermaria em 35,9%.
‘Eu aconselho usar’
A novidade foi reforçada pelo prefeito Alexandre Kalil, no programa Balanço Geral, da Record TV. “Vamos desobrigar a máscara em lugares abertos em Belo Horizonte. Hoje, é só publicar. Máscara em lugar aberto em BH não precisa mais”, declarou o prefeito.
O chefe do Executivo municipal, no entanto, deixou um alerta à população. “Eu aconselho a usar. Temos que preservar transporte público, lugar fechado. Mas estamos aliviando pelo sacrifício que foi feito pela população”, acrescentou.
E nas outras cidades?
O BHAZ questionou a SES-MG (Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais) sobre a possibilidade de uma medida semelhante ser adotada para todo o estado. A pasta, no entanto, descarta a liberação do uso da máscara a princípio. “Como Minas Gerais é um estado heterogêneo, onde regiões ainda apresentam uma maior circulação do vírus, a SES-MG deve avaliar a situação como um todo”, disse.
A secretaria afirmou ainda que, a partir da melhora nos indicadores, “fará uma avaliação do cenário para tomar uma decisão sobre a possível flexibilização e a orientação atualizada acerca do uso de máscaras, especialmente em locais aberto”. “A expectativa é que tal flexibilização possa ser avaliada com mais segurança brevemente”, diz trecho da nota (leia na íntegra abaixo).
Nota da SES-MG na íntegra
A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) observa que os dados de vacinação da covid-19 no estado têm apontado para altos níveis de imunidade e redução clinicamente significativa do risco da doença, tais como hospitalização e agravamento dos quadros e óbitos.
Além do avanço da imunização, as taxas de infecção, hospitalização, óbitos e aglomerados de caso (surtos) – que técnicos da SES-MG monitoram diariamente – são aspectos considerados na análise para a tomada de decisão sobre medidas a serem adotadas, em momento oportuno, com segurança para cada cidadão.
Como Minas Gerais é um estado heterogêneo, onde regiões ainda apresentam uma maior circulação do vírus, a SES-MG deve avaliar a situação como um todo.
A partir da melhora nos indicadores, a SES-MG fará uma avaliação do cenário para tomar uma decisão sobre a possível flexibilização e a orientação atualizada acerca do uso de máscaras, especialmente em locais abertos, para depois decidir sobre espaços fechados.
A expectativa é que tal flexibilização possa ser avaliada com mais segurança brevemente.
