Sobrinho da ex-presidente Dilma (PT), Pedro Rousseff foi eleito vereador pelo Partidos dos Trabalhadores em BH. O jovem de 24 anos é o candidato petista mais votado nas eleições 2024 em Belo Horizonte. Em entrevista ao BHAZ, ele fala sobre os planos de atuação na Câmara, o embate com a direita e a intenção de “dar continuidade ao projeto político” da tia.
Nascido e criado em Belo Horizonte, mais especificamente no bairro Buritis, na região Oeste da capital mineira, Pedro é formado em administração pelo Ibmec, foi conselheiro da juventude da capital mineira e diz em suas redes sociais buscar melhorias nas áreas de cultura, lazer, educação e emprego nas regiões periféricas da capital mineira.
Nas urnas, Rousseff teve 17.595 votos, sendo o sexto mais votado para a próxima legislatura. “Ela está em Brasília com o presidente Lula, me ligou ontem, dizendo que [a minha eleição] é a continuidade do projeto político dela”, afirma Pedro Rousseff em entrevista ao BHAZ, que comemora o fato de ter tido mais votos que Carlos Viana, candidato a prefeito em BH. “Tive mais votos que ele, que ficou com a vaga que seria dela [para o Senado em 2018]”, diz o vereador.
Entre os candidatos de esquerda, ele foi o segundo, ficando atrás de Iza Lourença, do Psol. “Foi importantíssima a votação da Iza, uma mulher negra, bissexual, que tem um perfil muito parecido com o meu, jovem e combativa”, diz o futuro parlamentar.
Iza Lourença deve ser uma aliadas do petista na Câmara de BH. “[Fui eleito] para fazer contraponto, parte da Câmara é ideológica na extrema-direita, é como se fossem vários Nikolas, minha meta é combater os vários Nikolas eleitos”, diz Pedro Rousseff em alusão a nomes como Pablo Almeida, assessor de Nikolas Ferreira e vereador mais votado da história de BH, todos do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro.
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Além do sobrinho de Dilma, o PT elegeu ainda Pedro Patrus, Bruno Pedralva e Luiza Dulci. Dois deles também familiares de nomes históricos do partido em Belo Horizonte: Pedro é filho de Patrus, prefeito da capital na década de 1990 e deputado federal e Luiza é filha de Otávio Dulci, sociólogo e fundador do PT e sobrinha de Luiz Dulci, ministro-chefe da Secretária-Geral da Presidência da República nos dois primeiros mandatos de Lula.
Os três petistas têm perfil bastante diferente do que Pedro Rousseff diz ter: ‘jovem e reativo’. “A esquerda acha que só se faz oposição com flor e livro, mas é preciso ter alguém que seja mais combativo e use das mesmas armas da extrema-direita. Contra o fascismo não há limite”.
O político da nova geração diz não ‘arredar’ o pé para pautas absurdas, como a escola sem partido (projeto que visa estabelecer regras para o professor sobre o que ele pode ou não falar dentro da sala de aula, para se “evitar” uma possível doutrinação ideológica e política). “Meu ponto é muito firme”.
Sobre pautas referentes à zeladoria da cidade, como questões relativas ao lixo, mobilidade e outras do tipo que houver consenso, diz não ter dúvida que a esquerda pode votar com a direita.
Mas Rousseff diz haver mais a fazer na Câmara de BH. O vereador cita dois focos para o seu mandato: a atuação para melhorias para a periferia e para o Centro de BH. De um lado, ele enxerga como atender os moradores com necessidades básicas, como acesso a remédios, do outro vê que é preciso mais segurança e iluminação, entre outros, para a região central da capital mineira e uma política própria para moradores em situação de rua que contemple três pilares: moradia, emprego e acompanhamento psicológico. “Adoro viver o Centro de BH, correr por ali, pela [praça] Raul Soares”.
Uma das ações que Rousseff diz ter contribuído como conselheiro da juventude por cerca de dois anos foi um projeto para reabertura do Parque das Mangabeiras para moradores do Aglomerado da Serra.
Rousseff declarou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não ter bens próprios.
