Atualização às 10:46 do dia 22/09/2022 : Texto atualizado para incluir uma correção de informação repassada pela Polícia Militar. A porta-voz da corporação em Minas, major Layla Brunella, disse inicialmente que o sequestrador havia sido "eliminado" por um sniper. Em coletiva de imprensa, cerca de uma hora depois, a corporação informou que ele foi socorrido em estado grave.
A Polícia Militar baleou o homem que manteve uma criança de 7 anos e um jovem, de 23, reféns por mais de 13 horas em Belo Horizonte desde a noite de ontem (21). As vítimas foram libertadas por volta das 10h e o estado do sequestrador é grave.
Segundo a major Layla Brunella, porta-voz da PM em Minas, a integridade física da criança foi preservada. A corporação usou um sniper depois de mais de 13 horas de negociação com o rapaz, que estava irredutível.
“Ele foi socorrido ainda com vida. Assim que os militares entraram na residência e perceberam que havia sinais vitais, pediram o apoio do Samu, que estava na porta”, diz a major. “O ferimento é grave, não vou detalhar por questões técnicas, mas ele foi socorrido com vida e é nossa praxe”, acrescenta.
Leandro Pereira foi encaminhado ao Hospital João XXIII com um tiro na cabeça e, por volta de 12h, estava “em estado gravíssimo”.
Vítimas estão bem
A major acrescenta que as vítimas estão bem. “Já viu o pai, já viu a mãe que estavam conosco. Ele é muito pequeno, não tem noção total da realidade”, afirma. “Eles estavam no interior da residência, o maior de idade também está bem, com a integridade física preservada”, continua.
Leandro Pereira, de 39 anos, sequestrou o ex-enteado e um jovem de 23 anos por volta das 18h de ontem. O motivo seria o fim do relacionamento com a mãe da criança, que estava presente no momento da abordagem mas conseguiu fugir.
Segundo a PM, o cenário ideal seria resgatar as vítimas sem precisar empregar força policial. Levando em conta que ele estava irredutível em negociar, contudo, a corporação decidiu interferir.
“O processo de negociação não evoluiu, havia essa ameaça real e ele teve acesso a informações externas da ex-mulher que fizeram com que ele ficasse ainda mais nervoso e ameaçasse diretamente a vida desse menor. Nós utilizamos do sniper, ele foi eliminado”, anunciou a major inicialmente, antes de informar que ele segue vivo.
Parou de negociar
Segundo a porta-voz da PM, Leandro teve acesso ao celular da ex-mulher e teve contato com imagens e mensagens que o deixaram com o ânimo ainda mais exaltado. A partir disso, ele interrompeu o processo de negociação com as autoridades.
“O processo de negociação não evoluiu, havia essa ameaça real e ele teve acesso a informações externas da ex-mulher que fizeram com que ele ficasse ainda mais nervoso e ameaçasse diretamente a vida desse menor. Nós utilizamos do sniper, ele foi eliminado” declarou a major.
Crime em 2008
Leandro Pereira havia sido condenado e preso por matar uma ex-companheira em 2008. Ele cumpriu oito anos, da pena de 14 anos, em regime fechado.
Em nota ao BHAZ, a Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais) confirma que Leandro ficou preso de 26 de junho de 2008 a 16 de junho de 2016, quando recebeu alvará de soltura.
Na época, o crime chocou e teve grande repercussão pela crueldade. Após asfixiar a ex-namorada, ele teria tirado as roupas dela e colocado um rato na boca da vítima.
Em áudio acessado pelo BHAZ na manhã desta quinta (22), o próprio Leandro comenta sobre ter ficado preso por oito anos.
“Já falei com a polícia. Eu tô de ‘cão’ aqui, com uma visão geral da casa. Manda a [mãe da criança] vir aqui, ela vai subir e eu vou liberar [a criança] que ela vai conversar comigo”, disse na gravação, que foi enviada ao pai do menor.
Em coletiva de imprensa na manhã de hoje, a porta-voz da Polícia Militar de Minas Gerais, Major Layla Brunnela, falou sobre o crime de 2008. “Fim de relacionamento que ele não aceitou. Torturou e colocou animais peçonhentos na boca da ex-mulher. Foi com requintes de crueldade”, disse.