A Polícia Federal realiza a segunda fase de uma operação para combater o esquema de financiamento ao terrorismo no Brasil, nesta quinta-feira (8), em tabacarias no Mercado Central e na Praça da Savassi, em Belo Horizonte, e em Nova Lima, na Grande BH.
A operação, que começou em novembro de 2023, avança em busca de novas provas que possam identificar a origem e os responsáveis pelo financiamento das atividades terroristas investigadas.
Na fase atual, denominada Operação Trapiche-FT, a Polícia Federal descobriu que o principal investigado utilizou dados pessoais de imigrantes e refugiados em situação de vulnerabilidade para abrir contas bancárias e empresas de fachada. Esses meios foram usados para movimentar recursos ilícitos, incluindo o contrabando de cigarros eletrônicos, que financiaram passagens aéreas para brasileiros recrutados por uma organização terrorista no exterior.
A investigação revelou que parte dos recursos desviados pelo contrabando foi transferida para contas bancárias dessas empresas de fachada, posteriormente convertidos em criptoativos e destinados a carteiras vinculadas a organizações terroristas. As descobertas remetem a um esquema bilionário de evasão de divisas e lavagem de dinheiro, também investigado pela Polícia Federal na Operação Colossus.
A Justiça Federal determinou o sequestro de valores, o bloqueio de contas bancárias e a suspensão das atividades econômicas das empresas envolvidas.
Os envolvidos poderão responder pelos crimes de contrabando, integração de organização terrorista, atos preparatórios de terrorismo, financiamento ao terrorismo e lavagem de dinheiro. As penas somadas para esses crimes podem alcançar até 75 anos e 6 meses de reclusão.