Tribunal do Júri condena ex-policial por homicídio após atropelamento de cão em Ribeirão das Neves

04/12/2024 às 14h51
Gabriel Ângelo
Ex-policial que matou Gabriel Ângelo foi condenado em 22 anos de prisão. (Reprodução/Redes sociais)

O Tribunal do Júri da Comarca de Ribeirão das Neves condenou o ex-policial Anderson Barbosa de Siqueira a 22 anos, 5 meses e 15 dias de reclusão em regime fechado. Ele foi responsabilizado pelos crimes de homicídio qualificado consumado e tentativa de homicídio qualificado, ocorridos em agosto de 2023, motivados pelo atropelamento de seu cachorro.

Durante o julgamento, foi considerado agravantes que pesaram na definição da pena. Entre elas, o motivo fútil do crime e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima, já que os disparos com a arma de fogo foram realizados de forma repentina. A juíza Fernanda Chaves Carreira Machado destacou a responsabilidade ampliada do réu, dada sua experiência como policial penal, considerando que ele tinha pleno conhecimento dos riscos do uso de arma de fogo e abusou de sua vantagem.

Além disso, o júri rejeitou os argumentos da defesa que buscavam a redução da pena com base em alegações de semi-imputabilidade, vinculadas a uma possível perturbação mental do acusado. A juíza apontou que o incidente “ultrapassou o resultado normal” de um crime, destacando os impactos emocionais sobre os familiares da vítima, Gabriel Ângelo Oliveira Araújo, 26. O réu também foi condenado pela tentativa de homicídio de Emanuel Teixeira Avelar, primo de Gabriel, que estava com ele no momento do ataque.

O regime inicial fechado foi imposto devido à gravidade dos crimes e ao tempo total da pena. O julgamento seguiu a decisão do Júri, e a execução provisória da pena foi autorizada conforme entendimento recente do Supremo Tribunal Federal, que considera o veredicto dos jurados como base suficiente para a prisão. 

Relembre o caso

Em agosto de 2023, Gabriel Ângelo e seu primo estavam em um veículo quando atropelaram acidentalmente o cachorro de Anderson Barbosa. Enquanto aguardavam em frente à casa de um parente, o réu chegou em uma motocicleta e, após questionar sobre o atropelamento, abriu fogo contra os ocupantes do veículo. Gabriel foi atingido e morreu no hospital, enquanto seu primo conseguiu escapar ileso. O crime chocou a comunidade local e resultou em uma investigação rápida, que levou à prisão do acusado dias depois.

Lavínia Fernandes

Aluna de Jornalismo na PUC Minas. Participou da publicação de um artigo em alfabetização midiática, pela Intercom. Foi estagiária de assessoria de comunicação na ALMG. Estagiária no BHAZ

Lavínia Fernandes

Email: [email protected]

Aluna de Jornalismo na PUC Minas. Participou da publicação de um artigo em alfabetização midiática, pela Intercom. Foi estagiária de assessoria de comunicação na ALMG. Estagiária no BHAZ

Mais lidas do dia

Leia mais

Acompanhe com o BHAZ