O produtor de eventos Arthur Cobat fez um alerta recente em suas redes sociais sobre um golpe que pode estar gerando prejuízo a várias pessoas em Belo Horizonte. Ele denunciou que foi dopado e teve seu cartão trocado por um outro durante um passeio na região Centro-Sul da capital. Ao BHAZ, o rapaz relatou que, além da bebida adulterada, também chegou a perder quase R$ 10 mil com o golpe, tudo isso em pouco menos de cinco minutos.
Ele foi vítima do golpe no último sábado (12), quando estava acompanhado de uma amiga perto da rua Fernandes Tourinho, na Savassi. De acordo com o produtor, ao comprar uma bebida com um ambulante que estava na região, ele entregou o cartão ao vendedor para passar na máquina e foi então que sofreu o golpe.
Segundo Arthur, que formalizou uma denúncia junto à Polícia Militar, o homem disse que a máquina de cartões estava com problema e que precisaria ir a outro lugar para trocar. Ao voltar, o produtor fez o pagamento da bebida mas foi só quando saiu de perto do vendedor que percebeu que seu cartão foi trocado pelo de outra pessoa.
‘Foi tudo muito rápido’
“Estava com uma amiga e nesse meio tempo tinha esse ambulante. Ele disse que ia pegar outra máquina, passei e deu tudo certo. Só que do nada comecei a andar em direção ao carro e comecei a ficar muito tonto”, detalha Arthur. Ele conta também que “foi tudo muito rápido”, e que logo percebeu que estava sem o cartão.
“Não era o meu cartão, era idêntico, mas não o meu”, explica. Ele lembra que chegou a pensar que se tratava de um engano do ambulante, mas sua amiga alertou que a situação parecia um golpe. “Em questão de segundos, foram aparecendo várias compras no meu cartão, e cada vez eu estava ficando mais lento e falei com minha amiga que colocaram alguma coisa na minha bebida”, conta.
Quase R$ 10 mil de prejuízo
Arthur ainda conta que se trancou no carro com outros amigos para tentar bloquear o cartão, já que estava com os movimentos e coordenação motora afetados. “Foram seis compras diferentes com valor total de quase R$ 10 mil no meu cartão de débito. Foram feitas muito rápido, em menos de quatro minutos”, relembra.
“Algumas compras pareciam que foram feitas para um hotel. Estou nessa luta com a administração do banco para tentar ressarcir o valor”, afirma. Após o relato, Arthur diz ter recebido mensagens de outras pessoas que passaram por situações parecidas no mesmo local: “Quatro pessoas falaram que passam por isso”.
Na publicação, o produtor de eventos disse que, durante o registro da denúncia, os próprios agentes da Polícia Militar comentaram que o golpe vem acontecendo com frequência na capital. À reportagem, a Polícia Civil explicou que casos de estelionato, como o denunciado por Arthur, devem ser direcionados à Justiça.
“É necessário que a vítima procure a unidade policial mais próxima da residência para propor a devida representação. Além disso, é importante pedir providências criminais e apresentar documentos, tais como comprovantes de compras realizadas, para que possam auxiliar nas investigações”, disse a corporação, que também deu mais detalhes sobre como agir (veja abaixo).
Golpe é comum em portas de bancos
A Polícia Civil criou no ano passado a cartilha virtual “Golpe, só se for nos criminosos”, com intuito de alertar a população sobre os golpes mais comuns praticados por criminosos. O ‘Golpe da Troca de Cartão’ é um dos mencionados pelos investigadores, em uma modalidade muito praticada na saída de clientes dos bancos.
Conforme detalhado no documento, nesse tipo de golpe, o “autor observa a vítima em uma agência bancária e a aborda ao sair, informando que houve um erro na transação, solicitando o cartão bancário”. Nesses casos, o golpista geralmente está vestindo roupas com o símbolo do banco ou crachá falsificado.
Quando a vítima entrega o cartão, o criminoso rapidamente faz a troca, informando que não há problema algum e vai embora. A vítima só percebe o golpe quando precisa usar o cartão novamente e descobre que está com o cartão de outra pessoa. Nesse momento já foram realizados saques, transferências e compras em nome da vítima.
Para evitar essa situação, a polícia orienta que os cidadãos fiquem sempre atentos ao seu cartão e confiram-no na devolução. Também é recomendado que o cliente veja se a senha está sendo digitada na tela correta e nunca a repasse para terceiros.
Confira a cartilha completa com outros golpes praticados em Minas.
Onde buscar ajuda
Quem for vítima de qualquer um desses tipos de golpe em Belo Horizonte pode procurar a Delegacia Especializada em Investigação de Fraudes, no bairro Santa Efigênia.
Endereço: Avenida Francisco Sales, 7802º andar, bairro Santa Efigênia. Cep 30150-220, Belo Horizonte/MG
Horário de Funcionamento: 08:00 às 19:30 horas
Telefone: (31) 3330 1844 | 3330 1764 | 3330 1749
