Em cerca de uma semana, dois professores de uma escola estadual de Sabará, na região metropolitana de Belo Horizonte, testaram positivo para Covid-19. Ao BHAZ, duas funcionárias da instituição demonstram preocupação com a situação e pediram a suspensão das aulas no local. A SEE-MG (Secretaria de Estado de Educação) informou que uma das educadoras já se recuperou e pode voltar à escola nesta sexta-feira (20), além de garantir que a Superintendência Regional de Ensino (SRE) e a direção estão acompanhando e monitorando a situação.
Uma professora da Escola Estadual Professora Maria Elizabeth Viana, que preferiu não se identificar, contou ao BHAZ que, na segunda-feira (16), os funcionários ficaram sabendo que uma das educadoras havia testado positivo para a doença. A confirmação veio depois de a mulher dar aula presencialmente na semana anterior e, desde então, ela estava afastada. Nos dias seguintes, outros três funcionários teriam sentido sintomas e foram afastados por suspeita de Covid-19.
“A escola continuou tendo aula, de manhã e à tarde. Começamos a pedir informações para a direção e para a vice-direção, e depois de um tempo, a vice-diretora confirmou, mas o diretor não falou nada. Na terça-feira (17), o diretor se manifestou e disse que não podia tomar nenhuma atitude, porque tinha que esperar uma resposta da SEE. A escola continua funcionando”, contou a funcionária.
Outra professora, que também preferiu não se identificar, confirmou a versão da colega e reforçou que a escola não enviou comunicado oficial ou memorando para confirmar a situação. O diretor só teria dito que entrou em contato com a SRE Metropolitana A e aguardava o retorno de uma inspetora do órgão para saber se deveria suspender as aulas da instituição. Ela ainda disse que os alunos não foram informados da situação.
Protocolo e suspensão
Com o caso confirmado e os casos suspeitos, as duas professoras, que estavam em greve sanitária, começaram a cobrar a suspensão das aulas na escola. De acordo com o protocolo sanitário definido pela SEE-MG e pela SES-MG (Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais), as aulas presenciais em um turno ou turma devem ser suspensas quando há “ocorrência simultânea de mais de um caso suspeito ou confirmado” no turno ou na turma.
Procurada pelo BHAZ na tarde dessa quarta-feira (18), a SEE-MG informou que “não foi necessária a suspensão das atividades presenciais na Escola Estadual Professora Maria Elizabeth Viana, em Sabará, onde apenas uma professora testou positivo na semana em que as aulas aconteceram de forma remota, no modelo de ensino híbrido” (leia a nota na íntegra abaixo).
Já na noite de ontem, outro funcionário que estava afastado por suspeita de Covid-19 recebeu o resultado positivo do exame. Procurada novamente na manhã desta quinta-feira (19), a secretaria pontuou: “a professora que testou positivo na data de ontem (18) está afastada das atividades desde o dia 16/8 e se recupera em casa. A outra professora que testou positivo já está recuperada e recebeu alta para o retorno das atividades presenciais a partir desta sexta-feira (20)”.
Ainda segundo a SEE-MG, já que a situação está sendo monitorada, a Superintendência Regional de Ensino não considerou necessária a suspensão, já que os casos são isolados. “A SRE também já orientou a direção da unidade a prestar os esclarecimentos necessários à comunidade sobre os protocolos sanitários e os procedimentos adotados”, completou a secretaria em nota (leia na íntegra abaixo).
Preocupação continua
Mesmo com o monitoramento, a situação preocupa os funcionários da escola em Sabará. Uma das professoras ainda reforçou que, agora que a greve sanitária dos educadores da rede estadual foi suspensa pelo TJMG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais), ela não terá escolha a não ser comparecer à instituição para dar aulas presencialmente.
“O certo seria suspender as aulas do turno, higienizar o local. Quantas pessoas podem ter se contaminado nesse ambiente? Ficamos de mãos atadas, todos têm que ir agora. É uma bola de neve”, protesta outra educadora.
Notas da SEE-MG na íntegra
Primeira nota:
“A Secretaria de Estado de Educação (SEE/MG) informa que o protocolo sanitário da Secretaria de Estado de Saúde (SES) prevê a suspensão das atividades presenciais quando há mais de um caso com diagnóstico confirmado de covid-19 em uma mesma turma, turno ou escola, sendo analisada cada situação. Desta forma, não foi necessário a suspensão das atividades presenciais na Escola Estadual Professora Maria Elizabeth Viana, em Sabará, onde apenas uma professora testou positivo na semana em que as aulas aconteceram de forma remota, no modelo de ensino híbrido. Os casos suspeitos estão sendo monitorados pela Superintendência Regional de Ensino Metropolitana A, responsável pela coordenação da escola.
Ressaltamos, ainda, que o protocolo de retomada das atividades presenciais da rede estadual inclui monitoramento de casos suspeitos de Covid-19 e orienta que servidores ou estudantes que apresentarem sintomas da doença devem comunicar a situação à direção da escola e ser imediatamente afastados das atividades presenciais.
A SEE/MG implantou uma estratégia de monitoramento de casos suspeitos e confirmados de covid-19 nas escolas, denominado Monitora COVID. Esses dados são enviados para a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) diariamente, a fim de realizar a vigilância e traçar estratégias rápidas de ação oportuna. Além disso, os dados são enviados para as regionais de saúde, secretarias municipais de saúde e atenção primária, para monitoramento constante de todos os casos e seus contatos”.
Segunda nota:
“Informamos que a professora que testou positivo na data de ontem (18/8) está afastada das atividades desde o dia 16/8 e se recupera em casa. A outra professora que testou positivo já está recuperada e recebeu alta para o retorno das atividades presenciais a partir desta sexta-feira (20/8). A SRE e direção da escola estão acompanhando e monitorando a situação, seguindo os protocolos previstos e atentos para caso seja necessária a tomada de outras medidas preventivas. A SRE também já orientou a direção da unidade a prestar os esclarecimentos necessários à comunidade sobre os protocolos sanitários e os procedimentos adotados“.
