Promotor André de Pinho é condenado a 22 anos de prisão por feminicídio contra a esposa Lorenza

caso lorenza
Promotor será julgado pela morte da esposa, Lorenza Pinho Divulgação/MPMG + Reprodução/Redes sociais)

O promotor André Garcia de Pinho foi condenado a 22 anos de prisão por homicídio qualificado contra a esposa, Lorenza de Pinho de 41 anos. O julgamento em segunda instância acontece desde a manhã desta quarta-feira (29) no Tribunal de Justiça de Minas Gerais, no Centro de Belo Horizonte.

André também foi condenado por omissão de cautela, já que guardava uma arma de fogo no quarto do filho. André está preso desde abril de 2021 por dopar e asfixiar Lorenza no apartamento do casal, localizado no bairro Buritis, região Oeste de BH.

A mulher fazia uso de medicamento psiquiátrico para tratar o transtorno de depressão que foi agravado nos últimos meses de vida. Durante as investigações, o promotor confessou ter administrado doses excessivas de medicamento à esposa antes de matá-la, além de ter oferecido mais de um litro de bebida alcoólica junto com a medicação.

Julgamento

O julgamento teve início pela manhã e o primeiro a discursar foi o procurador de Justiça André Estevão Ubaldino Pereira, do Ministério Público. Ele afirmou que o acusado enviou uma mensagem, a 1h57 do dia 2, quando a morte foi constatada, a uma pessoa próxima. André de Pinho afirmava, no recado, que estava sob muita pressão e que, se morresse de Covid-19, contaria com o suporte financeiro do interlocutor.

Horas depois, em diálogo telefônico pouco após as 6h20, André teria ligado para o Hospital Mater Dei solicitando socorro para a esposa. Segundo o procurador, o acusado demonstrou a “tranquilidade de quem liga para um delivery de pizza” ao dizer que a vítima não respirava.

Em pouco tempo, a equipe médica chegou para realizar o socorro. A acusação pontua que André prontamente pediu para os profissionais tentarem reanimar a esposa. Ainda segundo o procurador, o médico Itamar Cardoso fez manobras para tentar a reanimação.

Cerca de dois minutos depois, o motorista e socorrista que acompanhava a equipe assumiu o procedimento e, ao tocar a vítima, disse ter notado rigidez no corpo. A acusação afirma que, devido a essas supostas provas, Lorenza estaria morta há algum tempo.

O que diz a defesa do promotor?

Segundo o advogado Pedro Henrique Pinto Saraiva, que defende o acusado, os peritos do caso não sabem ao certo o que aconteceu no dia da morte de Lorenza de Pinho, e as afirmações do Ministério Público apresentam inconsistências.

Durante a sessão, o advogado afirmou que informações divulgadas pela imprensa levaram em conta dados que não constam nos autos do processo, como o fato de o IML constatar ausência de sangue no corpo de Lorenza.

No julgamento, a defesa apresentou depoimentos de familiares para tentar demonstrar o cuidado que André de Pinho teria com a esposa, acompanhando-a, inclusive, em internações no Hospital Mater Dei. Ele afirma que ela era dependente química de morfina e que, durante o processo de desmame, teria extrapolado no uso de outros opioides.

Edição: Roberth Costa
Roberth Costa[email protected]

De estagiário a redator, produtor, repórter e, desde 2021, coordenador da equipe de redação do BHAZ. Participou do processo de criação do portal em 2012; são 11 anos de aprendizado contínuo. Formado em Publicidade e Propaganda e aventureiro do ‘DDJ’ (Data Driven Journalism). Junto da equipe acumula 10 premiações por reportagens com o ‘DNA’ do BHAZ.

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