Samba pela Democracia: Músicos mineiros fazem ato na Praça 7 nesta quinta

Facebook/DeLucas+Luiz Henrique Evo/Divulgação+Google Street View

Músicos mineiros se reúnem nesta quinta-feira (25), a partir das 15h30, na Praça Sete, coração de Belo Horizonte, num ato pacífico em prol da democracia brasileira. O movimento Samba pela Democracia teve início no primeiro turno das eleições, em todo o Brasil, e partiu de uma articulação de sambistas do Rio de Janeiro, sendo disseminado em várias cidades brasileiras. Em Belo Horizonte, no primeiro turno, o evento foi realizado às vésperas do dia 7 de outubro, no Bar Latino, na região Oeste, e reuniu diversos artistas.

Já estão confirmados para o ato nesta quinta-feira, na capital, mais de 30 artistas: Marina Gomes, Fernando Bento, Dé Lucas, Nanda Bento, Lico, Tico, Alexandre Rezende, Rafael Soares, Bobô da Cuíca, Lucas Fainblat, Sérgio Pererê, Zanarth, Fran Januário, Heleno Augusto, Dudu Nicácio, Ramis, Pakinha, Manu Dias, Betinho Moreno, Cabral, Kellynda, Willian, Carlos do Tambor, Carlos Felipe, Diza Franco, Totove, Carla Gomes, Angela Franco, Gabriel Goulart, Bruno Cupertino, Vinicius Mineiro e Zé Mauro.

Segundo uma das organizadoras do Samba pela Democracia, a cantora Marina Gomes, a ideia é formar uma grande roda agregadora, num local onde há grande trânsito de pessoas, por isso a escolha da Praça Sete. A roda será das 16h às 19h, no quarteirão fechado da rua Rio de Janeiro (foto).

“No primeiro turno, fizemos o movimento num local mais restrito. Para o segundo turno, buscamos um local de maior visibilidade, em horário comercial e onde há grande circulação de pessoas, para levarmos um pouco da história do samba, que sempre foi de resistência”, diz.

Segundo Marina, o Samba pela Democracia está marcado para ser realizado em várias cidades brasileiras, mas nem todas devem ocorrer nesta quinta, em função da organização de cada coletivo. “Na Cinelândia, no Rio, vai ser na mesma data que BH”, acrescenta.

Samba é expressão de resistência

De acordo com o cantor e compositor Alexandre Rezende, que também participará do ato, o evento não busca apenas a militância, mas um ato político por meio da música. Segundo explica, o “samba, desde seu nascimento, sempre foi um movimento que conviveu com perseguições e proibições, com leis que permitiram que muitos músicos fossem presos, principalmente na época da ditadura militar, e também quando o Estado inviabilizava as manifestações artísticas, principalmente os desfiles das escolas de samba e a divulgação de letras de música, que eram censuradas. Então, o samba sempre teve de resistir, assim como outras vertentes da música e da expressão cultural brasileira”.

“Estamos em um momento delicado politicamente e é preciso levar essa consciência para o máximo de pessoas, de que a cultura não está descolada da política, e também precisamos resistir a qualquer possibilidade de vivermos isso novamente, de termos uma condução de extrema direita no poder, do conceito de povo único, de ataques às minorias, aos negros e aos LGBTs. Esse é um cenário que já estamos vivendo e acredito que ainda dê tempo de alertarmos sobre esse perigo”, argumenta Rezende.

Ato voluntário e coletivo

Segundo o cantor Dé Lucas, o Samba pela Democracia foi construído como coletivo e todos os músicos são voluntários no ato. “Foi o movimento do samba mineiro chamando um e outro músico. O ato é aberto a todos que queiram se juntar ao grupo, foi construído horizontalmente”, diz.

Dé Lucas diz que, além de músico, é um militante do samba. “Trabalho com a música e acreditamos que essa seja a única saída para enfrentarmos o cenário que está colocado politicamente, às vésperas do segundo turno das eleições: unir nossos esforços e também ideologias sobre esse momento, apoiando os candidatos Fernando Haddad (PT) e Manuela D’Ávila (PCdoB). A roda de samba na Praça Sete será exatamente como ocorre nas comunidades: espontânea, um encontro de músicos. O samba é uma das maiores resistências político-culturais que existe no Brasil”, conclui Lucas.

Para Alexandre Rezende, o samba é uma expressão que sempre valorizou o ambiente da diversidade e precisa disso para continuar existindo. “Nos sentimos ameaçados e queremos sensibilizar, pela música e pela arte, as pessoas que passam por ali, afinal, a realidade política brasileira tem a ver com todos nós”.

 

 

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