Imagem de santa que estava sumida há 50 anos é devolvida à paróquia da Grande BH

santa sumida
Uma imagem da Santa Rita de Cássia que estava sumida há 50 anos foi devolvida à Paróquia de São João Batista, em Santa Luzia (MPMG/Divulgação)

Uma imagem da Santa Rita de Cássia que estava sumida há 50 anos foi devolvida nessa terça-feira (16) à Paróquia de São João Batista, em Santa Luzia, na região metropolitana de Belo Horizonte. A santa foi recuperada pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e pertence à igreja desde 1956.

A devolução ao pároco e à comunidade foi feita pela promotora de Justiça de Santa Luzia Laura Figueiredo Félix Lara durante uma missa que foi celebrada especialmente para a ocasião.

Além de Santa Rita de Cássia, a comunidade ainda procura Nossa Senhora das Graças para completar o acervo que pertence à paróquia e foi separado durante uma reforma em 1973.

“É uma alegria para os paroquianos quando uma peça é devolvida, porque cada fiel tem devoção em um santo. Não tem problema se a imagem é de gesso ou é barroca, o valor é afetivo e de oração”, disse o padre José Marcilon da Silva.

Na década de 1970, a paróquia passou por uma reforma, mas não havia um lugar apropriado para guardar os santos. Foi então que o padre da época distribuiu as imagens entre as famílias que frequentavam o local, com pedido para cuidarem dos bens durante as obras.

Segundo um dos livros de tombo, os exemplares foram confiados a “famílias do mais alto respeito”. Conforme informações dos próprios paroquianos, logo depois da reforma, não houve um movimento para recuperar essas peças.

Algumas foram devolvidas de prontidão e outras ficaram esquecidas, foram passando para as mãos de outras gerações, sem saber que eram patrimônio cultural. “A história foi se perdendo com o tempo. As famílias que guardaram as imagens não estavam de má-fé. Com os anos, elas criaram um apego devido à própria devoção”, explica a historiadora e servidora do MPMG Neise Mendes Duarte.

Paradeiro da santa

A notícia de que a Santa Rita de Cássia ainda estava com uma das famílias chegou à 6ª Promotoria de Justiça de Santa Luzia, somente em setembro 2023, por meio da paroquiana Sandra Maria Gabrich. Ela conta que foi procurada por outra pessoa da comunidade, já com mais de 90 anos, que repassou informações sobre o possível paradeiro da imagem.

A partir disso, foram feitas perícias pelo Ministério Público, que constataram a relevância histórica para a comunidade e que a peça realmente era da igreja. Membros do MPMG e historiadores foram a campo para ouvir paroquianos, sobretudo pessoas com mais de 80 anos, e consultar os registros dos livros de tombo.

Nos pés da imagem de Santa Rita está gravado um agradecimento, da família que guardou a santa, com data de 1956. Para as historiadoras do Coordenadoria das Promotorias de Justiça de Defesa do Patrimônio Cultural, isso sugere que a peça foi doada à Igreja de São João Batista como retribuição por uma graça alcançada.

De acordo com a promotora de Justiça Laura Figueiredo Félix Lara, mesmo tendo ficado com a santa por mais de 50 anos, a família entendeu que esse valor afetivo deveria ser compartilhado com toda a comunidade.

Com MPMG

Larissa Reis[email protected]

Graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Vencedora do 13° Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, idealizado pelo Instituto Vladimir Herzog. Também participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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