O secretário de Defesa Social da Prefeitura de Vespasiano, Região Metropolitana de Belo Horizonte, foi indiciado pela Polícia Civil por assédio sexual. Em março deste ano, uma servidora denunciou que o homem mordeu o seio dela.
De acordo com o registro da Polícia Militar, William Soares Santos, de 62 anos, foi acusado de assediar uma mulher de 40, subordinada a ele, em diversas ocasiões.
Em depoimento, a mulher relatou que foi até a sala do chefe para entregar um ofício, quando ele pediu que ela se aproximasse para ler o documento. Nesse momento, William colocou a mão na cintura da vítima e disse que a faria “sentir o cheiro de um homem de verdade”. Na sequência, ele passou a morder o seio da servidora.
A mulher disse ainda que reprimiu o secretário e saiu da sala em estado de choque, sem conseguir prosseguir com o dia de trabalho. Ela então teria anunciado o ocorrido para os demais funcionários da secretaria. A reportagem do BHAZ verificou que há pelo menos três denúncias registradas contra o secretário na Polícia Civil de Minas Gerais.
O secretário disse em depoimento que não tinha conhecimento das acusações da servidora até saber por meio de redes sociais. Segundo ele, a funcionária foi até sua sala para tratar de um assunto estritamente profissional e que se retirou do local normalmente.
O BHAZ entrou em contato com a Prefeitura de Vespasiano, mas não obteve retorno até o momento.
Assédio moral e ameaças
Ainda de acordo com o registro policial, os funcionários do acusado sofriam com episódios constantes de assédio moral. A vítima afirma que o chefe já a chamou de “burra”, “imbecil” e disse que “come capim porque gosta”.
Segundo a mulher, ela não procurou a polícia antes porque o chefe a ameaçava com cortes de horas extras, o que diminuiria a remuneração da servidora. Ela disse também que outros funcionários são chamados de “burros” e têm medo de William no local de trabalho.
Existem pelo menos outras três denúncias de assédio moral e sexual contra William Soares Santos que estão sendo investigadas pela polícia. Em fevereiro deste ano, uma outra servidora procurou a polícia alegando que estava sendo vítima de assédio sexual, assédio moral, injúrias e importunação por parte do homem.
Ela relatou que o secretário costuma praticar contatos físicos abusivos, ofensas quanto à inteligência e aspecto físico das servidoras e intimidação. Segundo ela, os casos de importunação sexual ocorreram três vezes, mas não teve coragem de denunciar por medo de exposição e retaliação por parte do acusado.