Chefe de segurança acusado por morte de fisiculturista em boate de BH é absolvido pela Justiça

allan pontelo
Até o momento, três seguranças já foram condenados pela morte do fisiculturista, em setembro de 2017 (Reprodução/Facebook)

O chefe de segurança da boate Hangar 677, acusado em 2017 de ter participação na morte do fisiculturista Allan Guimarães Pontelo, foi absolvido pelo Conselho de Sentença do 3º Tribunal de Júri de Belo Horizonte na manhã de hoje (6). Segundo denúncia feita na época pelo MPMG (Ministério Público de Minas Gerais), a morte do jovem, que tinha 25 anos, ocorreu após uma ação truculenta de seguranças da boate, que teriam flagrado a vítima com drogas (relembre abaixo).

Durante o júri popular, realizado no Fórum Lafayette, o promotor de Justiça Cristian Lúcio da Silva disse que não haviam no processo evidências suficientes capazes de provar a participação do chefe de segurança no crime. O promotor ressaltou que as testemunhas não viram o réu no momento e local onde a vítima foi agredida.

Cristian disse também que, embora o profissional fosse o chefe da segurança da boate, ele não tinha como controlar a conduta dos outros seguranças que agrediram a vítima. Até o momento, três seguranças já foram condenados pela morte do fisiculturista, com penas que variam de 11 a 15 anos em regime fechado.

Em nota enviada ao BHAZ, o MPMG disse que se manifestou durante o julgamento também pela absolvição do réu, já que foi “demonstrado que ele não estava no local no momento do crime, não havendo, portanto, indícios da participação dele na morte do fisiculturista”.

Relembre o caso

Em 2 de setembro de 2017, o fisiculturista Allan Pontelo, com 25 anos à época, foi morto em uma casa noturna, na região do Barreiro em Belo Horizonte. De acordo com a denúncia do MPMG (Ministério Público de Minas Gerais), o jovem foi abordado no banheiro da boate Hangar 677 por dois seguranças, que o acusaram de estar traficando drogas.

Allan foi conduzido para uma área restrita e, ao resistir à revista, foi espancado até a morte por dois seguranças. O laudo de necropsia apontou “asfixia mecânica por constrição extrínseca do pescoço” como causa da morte.

A defesa dos seguranças alegaram, na época, que o rapaz estava drogado e vendia entorpecentes no local e que, por isso, precisou ser contido. Laudos toxicológicos feitos pela Polícia Civil, no entanto, revelaram que o fisiculturista não havia utilizado drogas nem consumido álcool no dia de sua morte (veja aqui).

Edição: Giovanna Fávero
Larissa Reis[email protected]

Graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e repórter do BHAZ desde 2021. Vencedora do 13° Prêmio Jovem Jornalista Fernando Pacheco Jordão, idealizado pelo Instituto Vladimir Herzog. Também participou de reportagem premiada pela CDL/BH em 2022.

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