O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Belo Horizonte (Sindibel) decidiu paralisar serviços públicos da capital nesta quarta-feira (12) com indicativo de greve. Os principais serviços afetados serão os da área da saúde, com suspensão parcial dos atendimentos nas UPAs, no hospital Odilon Behrens e o fechamento nos centros de saúde. Além disso, a coleta de lixo será paralisada em alguns pontos da cidade.
A principal reivindicação dos manifestantes é a negociação de reajuste salarial para os funcionários públicos. Segundo o sindicato, embora o prefeito Alexandre Kalil (PHS) tenha prometido em campanha tratar os trabalhadores da PBH “com carinho”, o governo não apresentou, em reunião com as entidades sindicais na última sexta-feira (7), nenhuma proposta de reajuste salarial para os servidores.
Na pauta de reivindicações enviada para prefeitura, os servidores exigem recomposição salarial de 17%, referente às perdas inflacionais. Os sindicalistas ainda denunciam o reajuste de 25% dado ao alto escalão do governo (prefeito, vice-prefeito, secretários, secretários-adjunto e vereadores) em vigor desde o início do ano.
A assembleia dos sindicalistas ocorrerá nesta quarta (12), às 9h, na Praça da Estação, no hipercentro da capital. Na ocasião, os servidores deliberarão sobre os rumos da Campanha Salarial após o anúncio de reajuste zero pela Prefeitura.
Paralisação de Serviços
De acordo com a Sindibel, serviços da área da saúde, assistência social, fiscalização, administração, serão paralisados nesta quarta-feira (12). Na parte da saúde, os serviços de urgência das UPAs e do hospital Odilon Behrens não serão afetados, mas os centros de saúde estarão fechados. “Convocamos diversas categorias para o ato marcado para a Praça da Estação e contamos com a adesão de todos”, comenta ao Bhaz o presidente da Sindibel, Israel Arimar.
Em relação à coleta de lixo, serviço que afeta diretamente a população, não deve haver tantos transtornos. “Quanto a isso, haverá casos pontuais. Do total, 80% do serviço é terceirizado, então a população não precisa se preocupar em relação à coleta”, comenta Israel.
O sindicato espera uma resposta mais efetiva da prefeitura na manifestação. “Estamos aguardando um sinal da prefeitura, as propostas já foram feitas. Existe a possibilidade de entrarmos em greve a partir da próxima segunda-feira (17), o que acredito que deve acontecer de fato”, completa Israel.
Posicionamento da PBH
Por meio da Secretaria Municipal de Planejamento, Orçamento e Informação, a prefeitura informou que na reunião da última sexta houve a apresentação da “evolução das receitas municipais e da despesa com pessoal no primeiro bimestre de 2017”, dando continuidade às mais de 15 reuniões ocorridas em fevereiro e março.
“Teremos como premissa nesse governo que o crescimento da despesa de pessoal não pode ser superior ao crescimento da receita, ao mesmo tempo, o prefeito envidará esforços em conceder em dia os direitos dos servidores adquiridos nesta gestão”, destacou o secretário Planejamento, Orçamento e Informação André Reis.
Com o intuito de alinhar o interesse dos servidores à sustentabilidade fiscal para o pagamento de seus salários e benefícios, o governo também propôs reuniões bimestrais de acompanhamento do crescimento da receita e da despesa.
Isso para que, segundo a administração, os servidores tenham, de um lado, a segurança da manutenção de seus vencimentos e benefícios em dia, e de outro, avaliar juntamente com o governo as possibilidades de expansão da folha, por exemplo, por meio de reajustes salariais.
A PBH ainda afirma que firmou-se o compromisso de que em julho será avaliado o comportamento de receita e despesa junto com os sindicatos e associações, tanto do semestre encerrado, como da previsão para 2017, para verificar novos acréscimos na folha de pessoal.
Com Prefeitura de Belo Horizonte