‘Escravo não tem que falar’: supermercado de BH é condenado por falas racistas de colega

09/05/2025 às 11h50
supermercado indenização deficiente
(FOTO ILUSTRATIVA: Banco de imagens/Pixabay)

A Justiça condenou um supermercado de Belo Horizonte a pagar indenização por danos morais de R$ 15 mil a uma funcionária que sofreu falas preconceituosas no ambiente de trabalho. O caso envolveu ofensas de cunho racial proferidas por uma colega da vítima, sem que a empresa, segundo o entendimento dos juízes, adotasse medidas para coibir o comportamento.

De acordo com testemunha que trabalhava no mesmo turno, uma das empregadas se referiu à colega de forma pejorativa por conta de sua etnia, chegando a passar uma vassoura no cabelo da trabalhadora e dizer que “escravo não tinha que falar nada e ficar em silêncio”. A testemunha relatou ainda que uma cliente presenciou a cena e que os fatos foram levados ao conhecimento da chefia, mas nenhuma providência foi tomada.

A trabalhadora ofendida ingressou com ação judicial alegando omissão da empresa diante da ofensa moral sofrida. Em defesa, o supermercado negou qualquer conduta discriminatória e afirmou que sempre tratou a funcionária com respeito.

Na primeira instância, o juízo da 31ª Vara do Trabalho de Belo Horizonte reconheceu o dano e fixou a indenização em R$ 7 mil. A funcionária recorreu, solicitando aumento do valor. A 11ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho de Minas Gerais (TRT-MG) analisou o caso, acolheu o recurso e elevou a indenização para R$ 15 mil.

Contudo, o relator também observou que o supermercado não comprovou ter tomado qualquer medida preventiva ou corretiva diante do episódio. O aumento da indenização levou em conta a gravidade da ofensa, a ausência de resposta da empresa e as condições econômicas das partes envolvidas. A empresa já quitou a dívida trabalhista e a Justiça arquivou o processo definitivamente.

Lavínia Fernandes

Aluna de Jornalismo na PUC Minas. Participou da publicação de um artigo em alfabetização midiática, pela Intercom. Foi estagiária de assessoria de comunicação na ALMG. Estagiária no BHAZ

Lavínia Fernandes

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Aluna de Jornalismo na PUC Minas. Participou da publicação de um artigo em alfabetização midiática, pela Intercom. Foi estagiária de assessoria de comunicação na ALMG. Estagiária no BHAZ

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