A Polícia Civil de Minas Gerais concluiu o inquérito que investigou a morte do instrutor de autoescola Alessandro Gomes de Carvalho, que foi arrastado por um carro em abril do ano passado. O suspeito de cometer o crime foi indiciado por homicídio doloso qualificado por motivo fútil.
Em coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira (1), o delegado Rodrigo Gomes Fagundes afirmou que suspeito assumiu os riscos ao seguir com o carro mesmo sabendo que o instrutor estava sobre o veículo.
“Nós entendemos que, a partir do momento em que ele visualizou uma pessoa sobre o seu capô e continuou acelerando o veículo, obviamente assumiu o possível resultado que realmente ocorreu”, explica.
“Como o indivíduo veio a óbito, nós optamos por indiciar por homicídio doloso do Código Penal, Artigo 121, e um homicídio qualificado, porque o homicídio só ocorreu por qual fato? Por um motivo fútil. Que foi o quê? Uma leve batida, uma pequena discussão entre os envolvidos que acarretou com a perda da vida desse indivíduo”, continua.
Ainda segundo o delegado, o homem foi indiciado por fraude processual no trânsito. A defesa do acusado afirmou que o veículo foi amassado por chutes e socos, o que foi desmentido pelo laudo da perícia. Para as autoridades, o suspeito tentou enganar os policiais, criando provas falsas.
Relembre o caso
No dia 13 de abril, Alessandro Gomes Carvalho dava aulas de direção para um jovem de 19 anos em um Fiat Mobi. Quando eles passavam pela rua José Lima de Almeida, um Volkswagen Voyage bateu contra a traseira do carro em que estavam o instrutor e o aluno.
Conforme relato do aluno à Polícia Militar, Alessandro e o motorista do Voyage estacionaram os carros e desceram para falar sobre a situação. Inicialmente, os dois conversaram de forma amigável, mas, quando Alessandro sugeriu que eles registrassem uma ocorrência policial, o homem disse que iria embora.
Quando o motorista do Voyage entrou no carro, o instrutor se pendurou em cima do capô, na tentativa de impedir a fuga. Mesmo assim, o condutor ligou o veículo e seguiu dirigindo até a rua Tomaz Amâncio da Silva, quando Alessandro não conseguiu mais se segurar e caiu no asfalto após ficar pendurado no capô e na janela do motorista.
Alessandro Gomes de Carvalho foi levado ao hospital Risoleta Neves e passou dias internado, mas não resistiu. Ele teve a morte cerebral constatada na manhã do dia 16, aos 48 anos. O óbito foi declarado às 8h35 do dia 17, segundo relato da família ao BHAZ. O corpo foi encaminhado ao IML (Instituto Médico Legal).
