Tatuadora de BH oferece 50% de desconto para cobrir nomes de ex e cicatrizes

As tatuagens deixaram de ser marginalizadas, há algum tempo, e têm se transformado cada dia mais em “acessórios de beleza” para uns e em símbolos de resistência e empoderamento para outros, como é o caso da artista visual Maíra Fonte Boa, de 27 anos.

Depois de passar doze anos dançando, em performances diversas, a jovem belo-horizontina passou a se aventurar pela arte que envolve a tinta na pele em 2012. Não satisfeita em apenas trabalhar com os desenhos, ela integra a equipe de um estúdio onde a valorização das mulheres está em primeiro lugar. O “Das Mina” reúne profissionais que se preocupam com questões que vão desde a igualdade de gênero até o preconceito contra as próprias tatuadoras no mercado de trabalho.

Na última semana, Maíra lançou uma promoção no estúdio, que fica no bairro Santa Tereza, região Leste da Capital, para cobrir tatuagens de mulheres que escreveram nomes de ex-companheiros ou atuais, sejam eles namorados ou maridos, e cicatrizes relacionadas a violências que tenham sofrido. A iniciativa também atende ao público homoafetivo e busca dar novo sentido às alcunhas e às marcas que, em muitas situações, acabam se tornando lembranças de relacionamentos abusivos.

maira fonte boa
Maíra Fonte Boa é tatuadora e artista visual.
Reprodução/Facebook

“Eu nunca me imaginei sendo tatuadora, mas sempre tive uma relação muito forte com o corpo por causa da dança”, contou em entrevista à Bhaz. “Ofereço 50% de desconto para que as pessoas possam ter a oportunidade de resignificar as relações, a partir da cobertura dos nomes, e também se sintam mais a vontade com os próprios corpos após tampar as cicatrizes”, explica Maíra.

A jovem, que se declara feminista, conta que já realizou trabalhos semelhantes antes da promoção e que ver a felicidade dos clientes é o que proporciona maior satisfação. “As pessoas passam a gostar de partes delas que eram evitadas pelo próprio olhar”, diz. “O meu prazer está não só em ajudar quem se mostra necessitado, mas também na parte de criação da tatuagem e na relação desenvolvida durante esse processo”, conta.

Maíra possui uma página no Facebook na qual expõe as propostas visuais desenvolvidas por ela. A tatuadora afirma que a promoção ocorre por tempo indeterminado e que os valores cobrados servem para compra de materiais como agulhas, luvas e tintas, entre outros. O pagamento, na maioria das vezes, não cobre a mão de obra da tatuadora. Interessados na iniciativa devem procurar o estúdio Das Mina, que também conta com serviço de aplicação de piercings, para agendar um horário.

desenhos feitos por Maira
Desenhos feitos por Maíra
Reprodução/Facebook
Roberth Costa[email protected]

De estagiário a redator, produtor, repórter e, desde 2021, coordenador da equipe de redação do BHAZ. Participou do processo de criação do portal em 2012; são 11 anos de aprendizado contínuo. Formado em Publicidade e Propaganda e aventureiro do ‘DDJ’ (Data Driven Journalism). Junto da equipe acumula 10 premiações por reportagens com o ‘DNA’ do BHAZ.

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