Técnica em enfermagem denuncia ter sido chamada de ‘macaca’ por paciente em Contagem

Hospital Municipal de Contagem
Vítima envolvida na briga entre vizinhos foi socorrida para o Hospital Municipal de Contagem em estado Grave (Ronaldo Leandro/Prefeitura de Contagem)

Uma técnica em enfermagem denuncia ter sido vítima de injúria racial durante o trabalho, na manhã desta sexta-feira (17), no Hospital Municipal de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. A mulher de 34 anos afirma que um paciente, de 45, a chamou de “macaca”.

A Polícia Militar foi acionada para o hospital por volta das 5h. Lá, a profissional explicou que estava na enfermaria cuidando de outro paciente, quando o suspeito pediu que ela coçasse o rosto dele.

A técnica em enfermagem disse que poderia ajudar o homem a levantar o próprio braço e se coçar. Insatisfeito com a resposta, o paciente teria chamado a mulher de “macaca”.

Os militares entraram em contato com o suspeito, que estava sob cuidados médicos. Ele negou ter dito a palavra ou qualquer termo racista direcionado à profissional. Ainda segundo a PM, a técnica em enfermagem informou que, em um primeiro momento, não queria prestar queixa contra o homem.

Os policiais explicaram à profissional que, a partir de hoje, ela teria seis meses para se decidir e ir à delegacia de Polícia Civil para oficializar a denúncia. A vítima e o suposto autor, então, foram liberados.

Injúria racial

A injúria racial é um crime associado ao uso de palavras depreciativas referentes à raça ou cor, com a intenção de ofender a honra da vítima – é o caso dos diversos episódios registrados no futebol, por exemplo, quando jogadores negros são chamados de “macacos” e outros termos ofensivos.

A pena para esse tipo de crime é de reclusão de um a três anos e multa. Em outubro de 2021, o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu que o crime de injúria racial também deve ser declarado imprescritível e inafiançável, assim como o crime de racismo.

Sofia Leão[email protected]

Repórter do BHAZ desde 2019 e graduada em jornalismo pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Participou de reportagens premiadas pelo Prêmio Cláudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados, pela CDL/BH e pelo Prêmio Sebrae de Jornalismo em 2021.

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