Um homem de 32 anos foi preso suspeito de depredar um ônibus de torcedores gremistas, na noite de ontem (8), após o jogo contra o Cruzeiro, no entorno do Independência. Imagens que circulam pelas redes sociais mostram o momento em que um grupo apedreja o veículo.
De acordo com a Polícia Militar, a cena foi no entorno do estádio, que fica no Horto, região Leste de Belo Horizonte. Os homens, vestindo camisas do Cruzeiro, usaram pedras, bastões e porretes para danificar para-brisas e diversos vidros das janelas do veículo. O ônibus era fretado por torcedores gremistas, que vieram do Rio Grande do Sul.
O veículo estava estacionado em uma rua próxima ao Independência, e o local era isolado pela Polícia Militar, para evitar possíveis confrontos. Mesmo assim, esse grupo de torcedores cercou o local e iniciou a depredação.
Em determinado momento, o grupo entrou em confronto direto com a polícia. Segundo os militares, os os torcedores atacaram os policiais com pedras, além de barras de ferro e madeira. Três militares faziam o patrulhamento da área e pediram reforço. A PM conseguiu prender apenas uma pessoa. Os PMs feridos recusaram atendimento médico.
Ouvido e liberado
Por meio de nota (leia abaixo na íntegra), a Polícia Civil disse que o suspeito “foi conduzido à Delegacia de Plantão, onde foi ouvido e liberado por não haver elementos suficientes para a ratificação da prisão em flagrante”.
Ainda segundo a corporação, foi instaurado um inquérito policial “para apurar as circunstâncias e a autoria do crime e as investigações prosseguem visando a completa elucidação do caso”.
Cantos homofóbicos
Por meio dos perfis que mantém em redes sociais, o Cruzeiro condenou os cantos homofóbicos entoados pela própria torcida durante o jogo de ontem. O STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) recomenda que as autoridades da partida relatem quaisquer tipos de “injúria em decorrência de orientação sexual por torcedores ou partícipes das competições”.
Contudo, nada foi registrado na súmula da partida. Se denunciado, o clube pode ser punido. O BHAZ entrou em contato com a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) questionando o motivo dos cantos não aparecerem na súmula.
“Arerê, gaúcho dá o c* e fala tchê”, foi um dos cantos mais ouvidos durante a partida. O jogo foi válido pela 6ª rodada do Campeonato Brasileiro da Série B. O canto foi ecoado por volta dos 30 min do primeiro tempo e dos 13 min da segunda etapa.
Pelas redes sociais, o clube celeste disse que tem “a torcida mais incrível” e não precisa de cantos homofóbicos para “demonstrar isso”. “O Cruzeiro reitera o pedido para que qualquer canto nesse sentido nunca mais esteja em nossos ou quaisquer outros jogos”, escreveu o time azul pelo Twitter. Leia a matéria completa por aqui.
Nota da Polícia Civil
“Em relação a o fato ocorrido, ontem (8/5), nas imediações do estádio de futebol localizado no bairro Horto, na capital, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informa que um homem, de 32 anos, foi conduzido à Delegacia de Plantão, onde foi ouvido e liberado por não haver elementos suficientes para a ratificação da prisão em flagrante. A Polícia Civil instaurou um Inquérito Policial para apurar as circunstâncias e a autoria do crime e as investigações prosseguem visando a completa elucidação do caso”.
