Uma confusão envolvendo uma motorista do aplicativo Uber e uma família terminou na delegacia, nessa terça-feira (23). O caso aconteceu no bairro Serrano, na região da Pampulha. A Polícia Militar registrou agressões, verbais e físicas, e danos aos veículos no local.
Segundo o relato de uma das supostas vítimas, ela pediu um carro pelo aplicativo para levar uma tia e uma criança de três anos até a rodoviária. Entretanto, a motorista que foi ao local se recusou a levar a criança. Ainda de acordo com a versão, a motorista teria agido com grosseria, alegando que a criança não poderia embarcar.
“A condutora foi bastante mal educada e, por conta de sua ignorância, pedimos outro Uber. Entretanto, a motorista não quis cancelar a viagem, alegando que nós deveríamos fazer isso, pois ela não sairia no prejuízo”, conta a vítima.
Ela relata ainda que a situação piorou com a chegada do outro motorista. “A motorista desceu do carro obrigando a minha tia a entrar no carro dela. A condutora estava completamente descontrolada, temos testemunhas na rua que viram tudo e inclusive o outro motorista da Uber. Ela começou a bater nos vidros do carro do outro motorista e a nos agredir com palavras de baixo calão”, conta.
Segundo a mulher, a motorista ainda agrediu o marido dela, entrou no carro e manobrou em marcha ré na direção da família. “Tinham três crianças no local, meus filhos e a filha da minha tia”, relata.
A mulher acionou a polícia no local, que registrou os fatos para investigação posterior.
Versão da condutora
Conforme consta no boletim de ocorrência, a motorista foi até o local após receber o chamado pelo aplicativo Uber. Segundo ela, ao chegar, pediu que as crianças não pisassem no banco do veículo e afivelassem os cintos. Entretanto, a senhora que estava no veículo a atacou verbalmente dizendo, inclusive, “que já havia andado em carros melhores”. Por tal motivo, a passageira disse que gostaria de cancelar a corrida.
Ainda segundo ela, o marido de uma das mulheres começou a xingá-la e deu socos nela, rasgando também sua camisa. Ele a teria chamado de ‘vagabunda’ e quebrado seu veículo.
A polícia militar foi até o local e ouviu os envolvidos. Todos foram encaminhados para uma delegacia de plantão da Polícia Civil. No local, o delegado ouviu os relatos e entendeu que a motorista do Uber era a vítima da situação.
Sendo assim, o homem envolvido na confusão assinou um Termo Circunstanciado de Ocorrência, utilizado em crimes de menor potencial. Além disso, ele irá responder pelos crimes de danos e vias de fato em uma audiência no Juizado Especial Criminal na cidade de BH.
Uber repudia o caso
Em contato com o Bhaz a Uber disse, em nota, que repudia o ocorrido e ressaltou a importância de que usuários e motoristas mantenham o bom comportamento. Confira na íntegra:
“Os relatos recebidos da usuária e da motorista parceira, nesse caso, são discrepantes.
Esperamos que usuários e motoristas parceiros não se envolvam em brigas e discussões e que contatem imediatamente as autoridades policiais sempre que se sentirem ameaçados. É importante também fazer um Boletim de Ocorrência para que os órgãos competentes tenham ciência do ocorrido e possam tomar as medidas cabíveis.
A Uber considera inaceitável a prática de agressões verbais ou o uso de violência, de qualquer parte. Se identificarmos violações ao Código de Conduta da plataforma, tanto motoristas parceiros quanto usuários podem ser desativados.
A empresa também encoraja que todos utilizem o sistema de ‘avaliação mútua’ após cada viagem. Além de ser anônima, é ela que garante que a plataforma mantenha-se saudável tanto para motoristas parceiros quanto para usuários. Os motoristas precisam ter determinada média de avaliação para continuar na plataforma. O usuário também pode ser desconectado da plataforma se tiver uma média baixa de avaliações”.
