Vacinação de trabalhadores da saúde tem aglomeração e longas filas em BH

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No ponto de vacinação da Ciências Médicas, fila dava volta a partir do João 23 e chegava até a Alfredo Balena (Eduardo de Oliveira/Arquivo Pessoal)

Atualização às 14:25 do dia 06/05/2021 : Esta matéria foi atualizada para incluir o posicionamento da PBH, enviado após a publicação.

O primeiro dia de vacinação contra a Covid-19 para os trabalhadores da saúde com idade de 18 a 39 anos em BH foi nesta quarta-feira (5) e teve movimento intenso. Enquanto em certos pontos da capital a imunização aconteceu de forma ágil, em outros, os profissionais precisaram encarar longas filas e ficar até mais de cinco horas em pé, aguardando a imunização.

Na FCMMG (Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais), localizada no Centro, os moradores ainda registraram focos de aglomeração. A fila chegou a se estender por mais de dois quilômetros, entre a porta da unidade até o Hospital João 23, e do hospital até a descida da Avenida Professor Alfredo Balena.

“Eu fiquei assustado. Eu cheguei 9h, mas peguei o sol de 12h, 14h, até conseguir ser vacinado às 15h”, conta ao BHAZ Eduardo de Oliveira, estudante do último ano de medicina da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).

Além de ter encarado o sol e a fila de seis horas, o estudante ainda precisou ficar muito próximo de outras pessoas, o que aumenta o risco de transmissão do novo coronavírus. “Não tinha nenhuma pessoa para fazer esse gerenciamento da fila, prezar pelo distanciamento social, evitar as aglomerações. Eu achei muito desorganizado. Apenas quando você entrava na faculdade, tinha segurança, as medidas de distanciamento social, espaço demarcado, e gente fiscalizando”, reclama.

‘Sem assistência’

“Não tinha nenhum distanciamento”, reforça. “Acho que inclusive, se tivesse, [a fila] ia contornar o quarteirão”, pontua. Sem amparo, as pessoas precisaram contar com a ajuda da Cruz Vermelha, instituição sem fins lucrativos, para receber um copo d’água, em horas de espera. ” A gente ficou muito tempo no sol, sem muita assistência. A gente teve alguma assistência do pessoal da Cruz Vermelha, que veio levar água para a gente de graça”, relata.

“Ninguém checava o documento na fila”, continua. Isso trouxe alguns transtornos, como para uma mulher que estava na frente de Eduardo. “Ela foi barrada, eu não sei qual documento ela deixou de trazer, apesar de estar bem claro no edital de vacinação. Mas o fato é que ela foi para ser vacinada, estava na minha frente, ficou seis horas em pé, mas não apresentou a documentação correta e não foi vacinada”, conta.

Eduardo não deixou de lembrar os acertos. “Em termos de vacinação, deu certo, dentro era tudo muito esquematizado, conferiram a documentação, o distanciamento, foram muito éticos no trato, mas foi isso. Uma experiência um pouco agridoce”, finaliza.

Fila até a noite

Conforme orientação da PBH (Prefeitura de Belo Horizonte), centros de saúde funcionam de 7h30 às 16h30, e os postos drive thru, de 8h às 16h30, para a vacinação contra o novo coronavírus. No entanto, o BHAZ recebeu relatos de filas em frente à Faculdade de Ciências Médicas já no período da noite, por volta de 18h30.

Fila chegou no final somente agora, no período da noite (Carolina Coelho/Arquivo Pessoal)

E outros pontos da capital?

Já no Centro de Saúde Salgado Filho, na região Oeste da capital, por volta de 15h, mais de oitenta pessoas esperavam em pé. No final da manhã, uma estudante de medicina, Laura Diniz, precisou ficar aproximadamente duas horas e meia na fila. Ela conta que já esperava um processo mais lento hoje.

“Eles precisam olhar o documento certinho. Geralmente, quando é idoso, é mais fácil, apenas identidade e comprovante de residência, mas os trabalhadores de saúde precisam comprovar vínculo e ter feito o cadastro [no site da prefeitura]”, pontua a estudante, que ainda complementa: “Estava até organizado”

Fila dobrava o quarteirão (Arquivo Pessoal)

Na mesma região, no bairro Cinquentenário, no Centro de Saúde Amílcar Vianna Martins, mais filas. Depois de dez minutos de espera, uma outra aluna de medicina resolveu mudar de posto. “Eu vi que ficaria muito tempo lá. Depois me falaram para ir para um outro”, relata Carolina Coelho. Ela mudou para o Centro de Saúde Conjunto Betânia, onde esperou por quase duas horas pela imunização.

Estudante desistiu de ficar na fila (Carolina Coelho/Arquivo Pessoal)

No região Noroeste, por sua vez, a vacinação correu rapidamente. Tanto no Centro de Saúde Padre Eustáquio, no início da manhã, quanto no Centro de Saúde Califórnia, no bairro Conjunto Califórnia, no começo da tarde. Profissionais e idosos, em espera da segunda dose, não precisaram ficar muito tempo na fila.

No bairro Padre Eustáquio e no Conjunto Califórnia, movimento foi tranquilo (Gabriela Avelar + Luiza Elian/Arquivo Pessoal)

O que diz a PBH?

A PBH foi procurada pelo BHAZ. O Executivo Municipal confirmou que houve uma grande procura pelo imunizante em algumas unidades. “Com a abertura de um novo grupo e ampliação da faixa etária para o público prioritário, houve grande procura para vacinação em algumas unidades”, escreveu em nota (veja abaixo na íntegra).

A administração municipal reforçou que existe vacina reservada para todo o grupo prioritário. “As vacinas para os públicos contemplados nesta etapa da campanha estão garantidas e a Secretaria Municipal de Saúde reafirma o compromisso em manter todos os esforços necessários para atender a população com qualidade e segurança”.

Nota da PBH na íntegra

“A Prefeitura de Belo Horizonte informa que, com a abertura de um novo grupo e ampliação da faixa etária para o público prioritário, houve grande procura para vacinação em algumas unidades. Foram reservados dois dias para a imunização específica dos trabalhadores da saúde.

As vacinas para os públicos contemplados nesta etapa da campanha estão garantidas e a Secretaria Municipal de Saúde reafirma o compromisso em manter todos os esforços necessários para atender a população com qualidade e segurança.

Em relação à documentação, conforme informado no portal da Prefeitura, é necessário que a pessoa comprove ser trabalhador da saúde em atividade em estabelecimentos de Saúde de Belo Horizonte. As orientações serão reforçadas.

Prezando pela segurança e comodidade da população, às vezes é necessário fazer adaptações para não gerar aglomeração nos pontos de vacinação. Por isso, é indispensável que todos sigam as medidas de segurança, com uso de máscara, distanciamento e higienização das mãos para controlar a pandemia e reduzir a transmissão da doença”.

Edição: Giovanna Fávero

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