A Polícia Civil prendeu, nesta terça-feira (11), o vereador de Nova Lima Tiago Tito (PSD) e o chefe de gabinete dele. As prisões fazem parte de uma operação em parceria com o MPMG (Ministério Público de Minas Gerais) para combater a chamada “rachadinha” e a influência de vereadores na destinação de cargos públicos, além de apurar fraudes em licitações no Legislativo e no Executivo municipal.
Além disso, a operação também investiga a lavagem de dinheiro decorrente dos crimes. Junto com as prisões, os agentes também cumpriram treze mandados de busca e apreensão – no gabinete do vereador, na casa do chefe de gabinete e de outros agentes envolvidos.
Durante as investigações, foram identificados indícios de que o vereador teria recebido valores provenientes dos salários de assessores parlamentares, prática conhecida como rachadinha, agindo com o auxílio do chefe de gabinete e outros integrantes de sua equipe. Se condenados, os suspeitos podem pegar até 37 anos de prisão.
Ajuda de empresário
Além dessa prática criminosa, com o apoio do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) nas investigações, o delegado Gabriel Ciríaco Fonseca conta que foi apurada estreita relação entre o vereador e um empresário de Nova Lima, no ramo de construção civil. “Ele [o empresário] teria ligações com esse vereador, teria facilidades e favorecimentos em licitações. Então, esse empresário também foi alvo de busca e apreensão hoje”, afirma.
Durante a operação, que contou com a participação de três promotores de Justiça e 58 policiais civis, a casa do homem e a sede da empresa também foram alvo de mandados de busca e apreensão cumpridos nesta manhã. Durante as buscas, foram apreendidos celulares, notebooks, computadores e documentos.
Primeira fase
Fonseca conta que a operação é um desdobramento da investigação conduzida pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção da PCMG, iniciada em outubro do último ano.
“Em dezembro, nós tivemos a primeira fase dessa operação, que foi denominada Contrato Leonino, e, depois de análise de materiais e oitivas de pessoas envolvidas nessa etapa, culminou, hoje, nesta segunda fase”, explica. Segundo ele, os crimes apurados são:
- Peculato, na modalidade rachadinha
- Associação criminosa
- Falsidade ideológica de uso nos documentos falsos
- Dispensa irregular de licitação
- Eventual lavagem de dinheiro
Os trabalhos de hoje são o desdobramento da operação “Contrato Leonino”, deflagrada em dezembro de 2020 pela Polícia Civil do Estado de Minas Gerais, e resultado das diligências investigativas realizadas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Grupo Especial de Promotores de Justiça de Defesa da Probidade Administrativa e do Patrimônio Público (GEPP) e Grupo de Combate às Organizações Criminosas (GCOC).
O BHAZ entrou em contato com a Câmara de Nova Lima, mas, até a publicação desta matéria, não obteve resposta. Tão logo haja um retorno, esta publicação será atualizada.
Com PCMG e MPMG