Aos 91 anos, Vovó Loca encanta BH com coxinhas especiais na pandemia

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Vovó Loca, de 91 anos, faz sucesso nas internet vendendo coxinhas (Instagram/Reprodução)

“Eu acho que a minha coxinha é diferente porque eu ponho amor também, faço com muito gosto, me sinto feliz. Sei que vivemos tempos difíceis. Desejo coragem e força para todos, nunca é tarde para ser feliz, para começar de novo”. A mensagem é de Fabíola Maia de Oliveira, de 91 anos, mais conhecida como Vovó Loca, moradora de Belo Horizonte, que ficou famosa após sua história e suas coxinhas viralizarem.

A vovó, que atualmente mora no bairro Jaraguá, na região da Pampulha, nasceu e viveu na pequena Morro do Pilar, cidadezinha a 150km de BH com cerca de 4 mil habitantes. Fabíola tem 14 filhos e 20 netos, dos quais se orgulha muito. Ela veio para a capital após passar mal, no início deste ano, em fevereiro, e, desde então, resolveu ficar.

Antes de começar a falar das coxinhas, Fabíola explica que o apelido não tem a ver com loucura ou algo do tipo. “Como eu me chamo Fabíola, as pessoas me apelidaram de Miloca. Com o passar do tempo, foram chamando de Loca, aí ficou. Mas é Loca como se tivesse acento agudo no ‘o'”, conta a simpática vovó ao BHAZ.

A paixão por cozinhar surgiu como uma necessidade para ajudar a família. “Minha mãe morreu quando eu ainda era muito nova, tinha 7 anos. Aí eu fui morar com a minha madrinha, que ajudou a me criar. Eu não iria morar com ela sem fazer nada em troca, foi aí que ela me ensinou a cozinhar”, lembra Vovó Loca.

“Aprendi a fazer de tudo. Fazia quitanda, fazia o pão da casa, roscas. Nunca gostei de ficar parada, sempre fui muito ativa. E também eu nunca me senti como filha, eu era afilhada dela, então me sentia no dever de trabalhar”, lembra Fabíola.

Com 15 anos, ela começou a vender os pães pela cidade. “Eu fazia [pães] para a cidade toda e vendia. Era tudo artesanal, dava trabalho, então era um pouco mais caro. Quando abriu uma padaria que vendia tudo mais barato, parei de fazer os pães e fui me arriscar em bolos de casamento e salgados”.

Sempre amou cozinhar

“A coxinha sempre foi a preferida de todos. Todo mundo da cidade fazia encomendas, o pessoal gostava muito. Eu também confeitava bolo para casamentos e festas. Sempre fui muito feliz fazendo isso”, reforça Fabíola, que também conta que foi assim que conseguiu criar os 14 filhos.

O grande amor da vida de Fabíola morreu há 19 anos. “Foi saindo todo mundo de casa, cada filho para o seu próprio caminho. Quando meu marido morreu, me vi mais sozinha. Meus filhos sempre se preocuparam muito comigo, mas eu estava bem em Morro do Pilar. Nunca tive nenhum problema de saúde”.

A primeira vez que Fabíola precisou ficar internada, neste ano, foi por conta de um problema no pâncreas. “Passei mal e vim para Belo Horizonte. Meus filhos acharam melhor que eu ficasse por perto. Falei que viria, mas que não iria ficar de braços cruzados, precisava trabalhar em algo”, explica.

Pouco depois de deixar o hospital, no dia 13 de março, ela descansou um pouco e os netos a incentivaram a vender as coxinhas. Bárbara Maia, neta de Fabíola e fotógrafa, foi a responsável por criar o Instagram, que hoje já tem mais de 43 mil seguidores em apenas quatro dias.

Encomendas não param

“A explosão de encomendas surgiu após o Instagram. Acho que o mundo, no momento em que vivemos, estava precisando conhecer alguém como a minha avó. Ela é uma pessoa incrível, muito batalhadora”, começa Bárbara ao BHAZ.

Os pedidos não param de chegar, e já tem até lista de espera. “Só para esta semana temos 1.050 coxinhas encomendadas. Para semana que vem são 1.000. Estamos com encomendas para julho, são muitas mensagens chegando. Minha vó queria que pegássemos todos os pedidos de uma vez, ela ainda não entende a dimensão que tudo isso tomou”.

Mesmo com tantos pedidos, Bárbara garante que todos serão atendidos com o tempo. “Somos poucas pessoas aqui ajudando. Tem minha vó, minha tia e alguns netos. Não podemos colocar outras pessoas por conta da pandemia, temos que protegê-la sempre. Só eu saio de casa, tomando todas as medidas necessárias”.

Até o momento, os pedidos precisam ser retirados na casa da Vovó Loca. “Ainda não trabalhamos com entrega, mas é algo que pensamos. Por enquanto, as pessoas pedem pelo WhatsApp, a gente responde, combina e a retirada é feita aqui”, completa Bárbara.

Ficou com água na boca? As encomendas da deliciosa coxinha da Vovó Loca podem ser feitas pelo WhatsApp (basta clicar aqui). E, para conferir mais, basta acessar o Instagram dela aqui. É bom reforçar que os pedidos são limitados por semana, com retirada agendada, na casa da Vovó Loca, no Jaraguá.

Vitor Fernandes[email protected]

Sub-editor, no BHAZ desde fevereiro de 2017. Jornalista graduado pela PUC Minas, com experiência em redações de veículos de comunicação. Trabalhou na gestão de redes do interior da Rede Minas e na parte esportiva do Portal UOL. Com reportagens vencedoras nos prêmios CDL (2018, 2019, 2020 e 2022), Sindibel (2019), Sebrae (2021) e Claudio Weber Abramo de Jornalismo de Dados (2021).

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