Aécio Neves é vaiado em convenção do PSDB e vai embora sem fazer discurso

A maré não parece favorável para o senador mineiro vaiado em convenção do próprio partido

O senador Aécio Neves e até então, presidente licenciado do PSDB ficou apenas 40 minutos na convenção do partido que está sendo realizada neste sábado (9), em Brasília. O parlamentar chegou ao local onde um grupo de apoiadores o esperavam na entrada do centro de convenções usando chapéus com o nome dele. Os apoiadores ainda seguravam uma faixa onde estava escrito: “O melhor presidente da história do PSDB”, e também agradecimentos pela coragem e comprometimento de Aécio com o Brasil.

Mas ao entrar no auditório, o político ouviu vaias e gritos de “fora!”. Aécio não foi convidado para se sentar a mesa onde estavam caciques da sigla como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, e os senadores Tasso Jereissati, José Serra, Aloysio Nunes e Arthur Virgílio, além do governador de São Paulo Geraldo Alckmin que foi eleito o novo presidente do PSDB por 470 votos a favor, tendo um voto contra e três abstenções. Ainda estavam presentes ao encontro, o prefeito de São Paulo João Dória e o presidente interino dos tucanos, Albert Goldman. Aécio além de não ser convidado para compor a mesa não fez discurso no palco da convenção. Após as vaias e protestos, o senador saiu do local sem falar com a imprensa.

Senador em apuros

Na última quinta-feira (7), o ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a quebra do sigilo bancário de Aécio Neves, da irmã dele, Andréa Neves, e de seu primo Frederico Pacheco. A quebra do sigilo foi um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Os três foram denunciados pela PGR por corrupção passiva, lavagem de dinheiro, associação criminosa e tentativa de obstruir investigações.

O inquérito é decorrente da delação premiada de Joesley Batista, um dos donos do grupo J&F. O empresário relatou ter pagado, entre 2011 e 2014, pelo menos R$ 60 milhões a título de propina a Aécio Neves. Entre outras coisas, o dinheiro teria sido utilizado para pagar partidos da coligação do senador em sua campanha presidencial de 2014.

Desde então, Aécio estava licenciado do posto de presidente do partido, que foi ocupado pelo senador cearense Tasso Jereissati e em seguida por Alberto Goldman. Diante das acusações Aécio se diz inocente e alvo de campanha difamatória que tem como objetivo comprometer sua imagem de homem público.

Jefferson Lorentz

Jeff Lorentz é jornalista e trabalhou como repórter de pautas especiais para o portal Bhaz.

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