Alceu Valença desabafa e faz apelo após 91 mortes em decorrência de fortes chuvas em Pernambuco

Pernambucano desabafa sobre o descaso climático
Pernambucano desabafa sobre o descaso climático (Reprodução/alceuvalenca/TV Brasil)

O cantor Alceu Valença fez um desabafo nas redes sociais após as trágicas chuvas que atingiram Pernambuco na última semana. Até hoje (30) foram confirmadas 91 mortes e 26 pessoas permanecem desaparecidas. No Instagram, o artista chamou atenção para o descaso com o meio ambiente e o aumento de número das tragédias ambientais. Alceu também relembrou sua canção “Desprezo”, que falava sobre o tema em 1992.

Alceu destacou no texto como todo o ecossistema da natureza é interligado e fez um apelo. “É preciso colocar o assunto meio ambiente na pauta como prioridade máxima. É preciso entender que os efeitos climáticos não têm fronteiras: o desmatamento, por exemplo, em uma Região, afeta outras, em um país, atinge outros”, começou.

O artista relembrou que mudanças climáticas fazem parte da dinâmica terrestre, porém as ações do homem estão ocorrendo de forma “inconsequente e irresponsável”, gerando consequências imediatas a todos. “É preciso um trabalho constante, incessante para equilibrar urbanismo e natureza. Tem muita coisa errada, muito extrativismo desnecessário, pouco investimento em soluções sustentáveis”, continuou.

Além disso, Alceu questionou os problemas e paradoxos sociais da modernidade, como a larga produção agrícola e a permanência da fome. “Tanta riqueza sugada da terra, rios e mares junto com uma escalada veloz da miséria?”, escreveu.

Por último, o artista relembrou que essa não é a primeira tragédia do ano relacionada às chuvas e cobrou uma maior consciência ambiental do governo e das grandes indústrias. “Antes de completar 1 semestre em 2022, vivenciamos diversas tragédias sociais provocadas não só pelo excesso de chuvas, mas, sobretudo pelo descaso dos governos, das empresas e de cada um que não tem consciência ambiental no seu dia a dia”, finalizou.

Mais chuvas

De acordo com a Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac), as chuvas em Recife e na Zona da Mata de Pernambuco devem continuar até sexta-feira (3). A quantidade deve ser mais moderada e as chuvas menos agressivas, porém o alerta sobre risco de deslizamentos permanece, uma vez que o solo está encharcado.

Até hoje (30) a Defesa Civil de Pernambuco informou que 91 pessoas foram vítimas das enchentes e deslizamentos no estado. Há ainda 26 desaparecidos, desde o dia 25, data em que as chuvas começaram a ficar mais intensas. As informações atualizadas têm por base dados do Centro Integrado de Comando e Controle Regional (CICCR) do estado.

“Estamos trabalhando com força total, mobilizando os recursos disponíveis, buscando profissionais de vários estados do Brasil com especialidade em resgate em áreas de deslizamentos, além de suporte às áreas atingidas por terra, água e ar”, informou, em nota, o secretário de Defesa Social, Humberto Freire.

O número de desabrigados está em cerca de 5 mil, segundo balanço divulgado hoje (30) pela Central de Operações da Coordenadoria de Defesa Civil de Pernambuco (Codecipe).

Bombeiros de Minas

O Corpo de Bombeiros de Minas Gerais participa da força-tarefa de resgate e salvamento no Recife e região metropolitana, área atingida por fortes chuvas na última semana. O Governo de Minas direcionou 11 militares para ações de apoio na região. Eles atuam em equipes de busca e salvamento, que incluem cães, para ações de resposta, recuperação e reconstrução e também suporte ao controle das atividades da força-tarefa no estado.

De acordo com a administração estadual, além do conhecimento técnico profissional de atendimento, os bombeiros de Minas levam ao Recife recursos específicos para atuação em apoio às vítimas desaparecidas e soterradas.

“São equipamentos como detector de vida sísmico, gerador, luzes de cena, materiais de escoramento/rompimento, salvamento em enchentes/veicular/terrestre/altura, escoras metálicas/hidráulicas/manuais, HTs digitais, bombas específicas para desmanche hidráulico, entre outros”, detalha o Governo de Minas.

Com Agência Brasil

Edição: Roberth Costa
Giulia Di Napoli[email protected]

Estudante de Jornalismo na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

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