A chance de uma pessoa negra (preta ou parda) ser assassinada no Brasil é 2,6 vezes superior àquela de uma não negra (soma dos amarelos, brancos ou indígenas), revelam dados do Atlas da Violência 2021. O relatório, baseado em dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde, foi divulgado nesta terça-feira (31/8) pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) e pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em parceria com o Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN).
Em 2019, os negros representaram 77% das vítimas de homicídios, o equivalente a uma taxa de homicídios por 100 mil habitantes de 29,2. Por outro lado, a taxa de homicídio para amarelos, brancos e indígenas foi de 11,2. Ou seja, no último ano, a taxa de violência letal contra pessoas negras foi 162% maior do que entre não negras.
A diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Samira Bueno, aponta, com isso, para a existência de “dois Brasis”. Isso porque, entre 2009 e 2019, as taxas de homicídio apresentaram uma diminuição de 20,3%, sendo que entre negros houve uma redução de 15,5% e entre não negros de 30,5%, ou seja, a diminuição das taxas de homicídio de não negros é 50% superior à correspondente à população negra.
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