Uma mãe resolveu inovar e usou o Photoshop para inserir baratas no corpo do filho que não queria tomar banho. A imagem viralizou nas redes sociais e levantou um debate sobre o tema. Ao BHAZ, a psicóloga Cassandra Pereira França explicou que a tentativa da mãe é algo que “não deve fazer em hipótese alguma”.
“Ele não queria tomar banho, então peguei uma foto em que ele dormia e acrescentei baratas. Agora, ele toma dez banhos por dia”, diz a legenda da postagem compartilhada em um grupo fechado do Facebook. A mulher, não identificada, usou um editor de imagens para adicionar as baratas na imagem da criança. Depois que o menino acordar, ela mostrou a foto e o filho ficou assustado, mudando de atitude.
Nos comentários da postagem, muitas pessoas apoiaram a ideia. “Amei! O meu filho fica 10 minutos no chuveiro e não sai molhado”; “Vou fazer o mesmo na próxima vez que a minha neta falar que vai pular o banho”, foram algumas das mensagens.
Outra mãe ainda disse que o filho também odeia tomar banho. “Mas depois que ele viu essa foto, agora quer tomar toda hora, ficou bem impressionado”, disse a mulher.
Não é o correto
Ao BHAZ, Cassandra Pereira França, pós-doutora em psicologia pela PUC São Paulo, explica que esse não é o caminho correto e pode trazer traumas para aos filhos. “Toda criança tem uma fase que não quer tomar banho. É um jeito de contestar a ordem geral das coisas, uma forma de questionar uma realidade imposta”, explica.
“A mãe precisa conseguir tolerar alguns dias da criança sem tomar banho. É preciso criar uma situação mais lúdica que ajude a criança a se banhar. Pensar em algo mais prazeroso, uma brincadeira na banheira, com brinquedos, algo que atraia a criança. Não criar uma aversão, uma fobia a insetos, algo que possa ainda mais difícil de contornar”, continua a psicóloga.
A profissional ainda relata que, naturalmente, uma criança não consegue ficar muito tempo sem tomar banho. “Deixe a criança ficar sem se banhar pelo tempo que ela quiser. Geralmente ela não vai conseguir ficar mais de três dias sem, é o tempo que o corpo dela tolera, o corpo pede. Depois desse tempo a própria criança tem uma necessidade, pelo hábito que já se criou. Essa situação tende a desaparecer espontaneamente”, diz.
A psicóloga ainda relata que, caso a mãe não consiga lidar sozinha com a situação, ela deve procurar ajuda profissional. “É uma situação que geralmente é resolvida naturalmente. Contudo, deve-se procurar um psicólogo se o caso persistir. O profissional ajudará em uma forma sadia de resolver o problema”, completa.